PDT pede ao STF que afaste ministro da economia

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Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO

O diretório nacional do PDT entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça, 11, pedindo o afastamento temporário do ministro da Economia, Paulo Guedes, até a conclusão de investigações conduzidas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal que apuram se houve participação do economista em supostas fraudes em fundos de pensão por meio da gestora da qual ele era sócio antes de assumir o cargo no governo.

Quando os procedimentos investigatórios foram abertos, em outubro de 2018, Guedes afirmou, por meio de seus advogados, que a instauração da apuração é ‘uma afronta à democracia’ cujo principal ‘objetivo é o de confundir o eleitor’.

Na ação, o partido de oposição ao governo sustenta que antes de assumir o cargo, Guedes já era alvo dos inquéritos e agora é beneficiado por uma ‘blindagem institucional’ inerente à posição de ministro de Estado.

“Importante salientar que são vários os órgãos subordinados à estrutura Ministério da Economia e outros órgãos federais alvos de investigação, que estão sob a influência e interferência do Senhor Paulo Roberto Nunes Guedes”, diz um trecho do documento.

A sigla coloca sob suspeita nomeações feitas pelo ministro para os quadros da pasta, a exemplo do Secretário Especial Adjunto da Secretaria Especial de Fazenda, Pedro Colnago Júnior, denunciado na Operação Greenfield por suposta gestão temerária que provocou prejuízo de R$ 5,5 bilhões a fundos de pensão da Caixa Econômica, Vale, Banco do Brasil e Petrobrás. Para o PDT, os nomes foram escolhidos por Paulo Guedes para ‘estorvarem a lisura das investigações’.

“Guedes indicou e nomeou para o Ministério da Economia diversas pessoas que são alvos de investigação, e que executam suas determinações em face da política econômica por ele liderada. A situação se agrava principalmente pelo fato de que os nomeados têm com ele vínculos pessoais estreitos, não apenas pela trajetória acadêmica, mas também pela empresarial e societária. Denota-se, no ponto, nítido enlace do interesse privado com o público, em ordem a esbarrar na necessidade de se conferir efetivo prestígio aos princípios norteadores da Administração Pública, máxime o da moralidade”, alerta a ação.

No documento, o partido pede ainda que o Supremo solicite informações à Advocacia-Geral da União, Procuradoria-Geral da República e fundos de pensão estatais, como Petros, da Petrobrás, Postalis, dos Correios, e Funcef, da Caixa Econômica.

COM A PALAVRA, PAULO GUEDES
A reportagem fez contato por email com o Ministério da Economia por meio da assessoria de imprensa da pasta e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestações.

Estadão