Sócio preso da avianca critica Lava Jato

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Foto: Marcelo Gonçalves – 19.ago.20/Folhapress

Pode soar inusitado, mas um dos únicos presos pela Lava Jato neste ano diz ser um “ferrenho defensor” da operação.

Conhecido por ser um dos donos da companhia aérea Avianca e pela atuação no setor de petróleo, o empresário Germán Efromovich, 70, disse em entrevista à Folha que já imaginava que existia na petrolífera um esquema de cartel de grandes empreiteiras com elos políticos, como revelado na investigação em Curitiba.

Preso na semana passada sob suspeita de pagar propina na Transpetro (subsidiária da Petrobras), ele afirma que era preterido em projetos por não fazer parte desse grupo de empresas. “O Brasil deu ao mundo uma demonstração de mudança e de seriedade”, diz ele, que critica, porém, “métodos utilizados”.

O empresário recebeu a reportagem no último sábado (22) em seu apartamento em São Paulo, de onde não pode sair por ordem da juíza Gabriela Hardt, da Lava Jato de Curitiba. O decreto da magistrada é de prisão preventiva, mas, por causa da pandemia, foi convertido em prisão domiciliar.

O efeito colateral da operação na Petrobras, afirma ele, é o de que projetos estão estagnados e “apodrecendo” por medo de gestores de haver suspeitas de atuação a favor de empresários e empreiteiros.

Os investigadores da Lava Jato suspeitam que o empresário, nascido na Bolívia e naturalizado brasileiro, pagou propina para o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em troca de favorecimento em projetos de construção de navios.

Redação com Folha