TSE tem dificuldade para encontrar mesários

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Foto: Reprodução

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai lançar, na sexta-feira, uma campanha para tentar atrair voluntários para atuar como mesários nas eleições municipais. As peças terão como garoto-propaganda o médico Drauzio Varella. Diante do cenário incerto da pandemia, esta é, no momento, a maior preocupação da corte eleitoral, pois a atuação dos mesários é fundamental para garantir a realização da votação.

A estimativa do TSE é que será necessário mais de 2 milhões de pessoas trabalhando no dia das eleições em todo o país. Por ora, técnicos do tribunal evitam traçar um cenário alarmante e afirmam que, até 16 de setembro, será possível ter uma ideia de quantos voluntários vão se apresentar, para, então, começar o processo de convocação. Nas eleições municipais de 2016, foram cerca de 1,7 milhão de mesários, dos quais aproximadamente um terço – 593 mil – se apresentaram espontaneamente para trabalhar.

Este ano, por causa do risco de contágio pelo novo coronavírus, a expectativa é que um grande número de convocados apresente pedidos para serem dispensados. Por isso, a busca por voluntários está sendo intensificada.

A campanha que o TSE começará a veicular no fim da semana tem como objetivo mostrar que a Justiça Eleitoral está tomando todas as medidas para garantir a segurança no dia da eleição.

A peça começa com o depoimentos de mulheres, que foram voluntárias em outras eleições, falando sobre a preocupação de ter que trabalhar este ano. Após os relatos, Drauzio entra em cena com uma adaptação do seu bordão: “Vontade de ajudar o país, né, minha filha?”, diz o médico.

Em sua fala, ele afirma que não é preciso ter medo, porque a segurança dos mesários vai ser uma prioridade no dia da votação. “A sua saúde também é muito importante. A Justiça Eleitoral adotará protocolos rígidos para que os mesários cumpram o seu papel com toda a segurança. Se você não faz parte do grupo de risco para o coronavírus, seja mesário”, diz Drauzio.

A convocação para trabalhar na eleição é feita pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Alguns Estados já começaram a traçar estratégias próprias para minimizar os problemas. No Paraná, o TRE lançou o projeto “Universidade Amiga da Justiça Eleitoral” para que os estudantes trabalhem no primeiro e no segundo turno da eleição em troca de horas extracurriculares.

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, deve sugerir que outros Estados adotem a mesma medida, especialmente se a data do pleito se aproximar e o número de mesários ainda não for o suficiente. Por ora, o emprego de militares não está sendo cogitado, porque o Exército já atua em outras frentes, como na logística de urnas e na garantia da segurança em locais remotos e violentos.

O TSE também fechou um acordo com a Fiocruz e os hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein para estabelecer os protocolos que devem ser adotados nas eleições municipais. Entre as medidas que já foram acertadas é que os mesários não irão precisar passar por um treinamento presencial, apenas virtual. No dia da votação, também serão fornecidos equipamentos de proteção individual, além de máscaras e álcool em gel.

Se uma pessoa for convocada para ser mesária e não comparecer ao local designado, ela pode ter que pagar uma multa que pode chegar ao valor de um salário mínimo, que hoje é de R$ 1.045. Se houver problemas no dia da eleição, qualquer pessoa pode ser convocada na hora para cumprir a função de mesário.

Valor Econômico