1/4 dos servidores federais são professores

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Foto: DAJ/GETTY

Professores são um em cada quatro servidores federais na ativa. Ao todo, são 145,3 mil trabalhando em universidades, institutos federais e escolas. O total de funcionários públicos em atividade é de 603 mil. Os números não levam em conta os militares e foram registrados em julho de 2020.

As informações são do Painel Estatístico de Pessoal (PEP), mantido pelo Ministério da Economia. Elas foram analisadas pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.

A reforma administrativa proposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atinge em cheio o servidor público federal civil ao criar, por exemplo, mecanismos para demissão por mau desempenho. Para entender quem será mais impactado, é útil ver como é formado o contingente de servidores.

Grande parte é de professores, maior categoria dentro do serviço público federal. Como não são enquadrados como categoria com funções de Estado, os docentes contratados após a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) – caso o Congresso a aprove – estarão sujeitos a todas as mudanças propostas pelo Ministério da Economia.

Defendida pela equipe econômica como uma forma de racionalizar os gastos públicos, a PEC é denunciada por sindicalistas como uma forma de piorar os serviços para a população. “Essa reforma irá acabar oficialmente com todos os direitos trabalhistas conquistados pelos servidores. O fim da estabilidade os deixa os vulneráveis às pressões políticas e pode virar um verdadeiro cabide de emprego a cada mudança de governo”, afirma Samuel Fernandes, diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), em conversa com o Metrópoles.

Entidades que representam os servidores públicos cerram fileiras contra a proposta do governo. A Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) iniciou uma “jornada em defesa dos serviços e dos servidores públicos”.

Para o secretário-geral da entidade, Sérgio Ronaldo da Silva, o texto “acena ao mercado e penaliza toda a população”. Segundo ele, a proposta quer “dividir a categoria com mentiras, dizendo que só os novos serão atingidos, mas, na verdade, no final, quem vai pagar a conta é o trabalhador e a população, e quem vai ganhar são os bancos e o mercado financeiro, assim como foi na reforma da Previdência”, disse o sindicalista ao site da Condsef.

A categoria de professores é composta por 25 carreiras diferentes. A maior delas é de magistério superior, com 86,7 mil pessoas. Em seguida, os professores de ensino básico técnico e tecnológico.

Metrópoles