Bolsonaro deixa de buscar interesses do Brasil na ONU para afrontar criticos

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Foto: Reprodução

O discurso deste ano do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) foi mais bem construído do que o de 2019, sem o tom beligerante do anterior, mas o líder brasileiro perdeu uma oportunidade de dialogar com a comunidade internacional e reduzir o desgaste na imagem do Brasil lá fora.

A avaliação é do presidente da Indústria Brasileira de Árvores, Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo e que tem participado de ações na busca de defender ajustes na política ambiental do governo Bolsonaro.

“Foi um discurso muito mais bem construído se comparado com o primeiro, no ano passado. Não foi no tom beligerante do anterior, mas o presidente perdeu a oportunidade de dialogar com a opinião pública mundial visando defender os interesses do próprio Brasil”, disse Hartung ao blog.

Segundo ele, o presidente acabou falando, novamente, muito mais para o público interno, deixando de conversar com a comunidade internacional. Para Hartung, o presidente poderia ter avançado e feito propostas de metas para conter o desmatamento.

“Seria algo propositivo, na linha de sair da defensiva e mostrar que o Brasil vai conter a devastação da Amazônia”, afirmou Hartung.

“O presidente poderia ter lembrado que reativou o Conselho da Amazônia, nomeou para presidi-lo o vice Hamilton Mourão, e que poderia estabelecer metas para o desmatamento”, completou o ex-governador do Espírito Santo.

Essa estratégia, segundo ele, poderia ajudar a reverter o clima negativo na comunidade internacional em relação à política ambiental brasileira. “E isso só iria beneficiar o próprio Brasil, dar um selo verde para nossos produtos, ajudando não só a manter nossos mercados no exterior como a ampliá-los”, acrescentou.

Bolsonaro procurou se defender em discurso na ONU

G1