Bolsonaro diz que auxílio de R$ 300 é “muito para quem paga”

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Foto: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que não era possível prolongar o auxílio emergencial com o valor mensal de R$ 600 por causa do endividamento do Brasil. Em discurso em auditório da Câmara de Vereadores de Eldorado Paulista, em São Paulo, o presidente reconheceu que o novo valor do benefício, de R$ 300 ao mês, é pouco.
“A dívida do Brasil chega a R$ 1 trilhão e por isso auxílio emergencial terá até final do ano valor menor”, afirmou Bolsonaro. “Sei que R$ 300 de auxílio emergencial é pouco, mas, no Brasil, para quem paga, é muito. Não podíamos seguir nos endividando R$ 50 bilhões por mês.”
No breve discurso, o presidente disse que “nenhum chefe de Estado do mundo”, tomou posições frente à pandemia como as dele. Bolsonaro nega desde o início a gravidade da pandemia e falou e agiu de forma contrária às recomendações de distanciamento social e uso de máscara feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por médicos e cientistas.

“O problema do vírus foi tratado covardemente, sem a devida responsabilidade. Criou-se um pânico na população: fique em casa que tu vai morrer.”

O presidente disse que, por causa das medidas de distanciamento social, como o fechamento do comércio e paralisação na indústria, “os efeitos colaterais na economia serão muito mais graves do que a doença”. Bolsonaro, mais uma vez, defendeu que médicos prescrevam a hidroxicloroquina para curar a covid-19, algo que não tem comprovação científica, e culpou governadores e prefeitos por fecharem empresas durante o período de contágio da pandemia.

“O Supremo Tribunal Federal me tirou essa possibilidade de agir nessa área”, disse. Bolsonaro ainda enumerou medidas tomadas pelo governo federal para amenizar os efeitos econômicos da pandemia, como socorro a empresas, o auxílio emergencial às pessoas e o rolamento de dívida dos Estados. “Devemos aprender a conviver com vírus, mesmo após a vacina que está por vir.”

Bolsonaro estava acompanhado dos ministros André Mendonça, da Justiça, e Ricardo Salles, do Meio Ambiente. O presidente elogiou Salles: “Faz um brilhante trabalho. No mundo, hoje tudo é politizado. A questão ambiental é usada para guerra.”

O presidente ainda chamou ao púlpito uma mulher para quem disse ter prometido em 2015 construir uma ponte sobre o Rio Ribeira e renovou a promessa.

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