Campanha de Damares contra Netflix não funcionou

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Foto: Reprodução

A indignação das redes sociais com o filme Lindinhas, disponível na Netflix desde 10 de setembro, não foi muito além do ambiente virtual. Segundo dados da empresa 7Park Data, o número de cancelamentos de assinaturas do streaming cresceu temporariamente após as acusações de sexualização infantil enfrentadas pelo longa francês, mas voltaram à estabilidade em uma semana, sem prejuízo significativo para a empresa.

Nos dias seguintes à controvérsia, a campanha “Cancelem a Netflix” ganhou força no Twitter e uma petição online contra a produção ultrapassou 650.000 assinaturas. Em meio ao fervor das redes, os cancelamentos atingiram o maior número desde o início do ano, com um pico cerca de 5 vezes acima da média.

A pesquisa ainda indicou que os cancelamentos concentraram-se no centro e no sul dos Estados Unidos, especialmente nos Estados de Idaho, Wyoming, Utah, Nebraska, Oklahoma, Tennessee e Carolina do Sul – áreas historicamente tidas como mais conservadoras. O Alaska e o Main também destacaram-se pelo número elevado de um número elevado de cancelamentos.

Antes mesmo de ser lançado na Netflix, o filme Lindinhas (Mignonnes no original, em francês) se viu em um fogo cruzado de acusações relacionadas ao trailer e fotos de divulgação que traziam imagens de garotas entre 11 e 12 anos com roupas curtas e poses sugestivas. Na trama, uma garota de origem senegalesa e muçulmana, de 11 anos de idade, se rebela contra as tradições e proibições de sua família e entra para um grupo de dança de adolescentes, no qual a sexualização precoce é parte da realidade social.

Apesar da boa estreia no Festival de Sundance, o longa foi acusado de sexualizar crianças. Na semana passada, com o filme já disponível na Netflix, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, entrou na história afirmando nas redes sociais que “não ficará de braços cruzados”, prometendo uma cruzada contra o longa. No mesmo dia, no Festival de Toronto, a diretora de Lindinhas, a franco-senegalesa Maïmouna Doucoure, defendeu a produção, dizendo que ela “luta a mesma luta” dos críticos. “Eu vi tantas situações e problemas ao meu redor quando era criança, que decidi fazer esse filme como um alerta, para dizer: temos que proteger nossas crianças”, disse ela em coletiva de imprensa no evento.

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