Crivella responderá na Justiça por contratar capangas com dinheiro público

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Foto: Saulo Angelo/Futura Press/Estadão Conteúdo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira (1º) que o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, terá que responder na Justiça sobre o esquema montado com funcionários da prefeitura para atrapalhar reportagens e hostilizar jornalistas em frente a hospitais públicos.

Reportagem da TV Globo mostrou, na segunda (31), que a organização se dá via WhatsApp, com escalas diárias, horários rígidos e ameaças de demissão. Os grupos fazem plantão na porta das unidades de saúde para impedir que a população denuncie problemas nos hospitais e postos da cidade.

“É claro que qualquer restrição ao trabalho da imprensa é uma violação à democracia, e isso precisa ser combatido. E acho que, na Justiça, ele [Crivella] vai acabar tendo que responder por isso”, disse Maia.

Nesta terça, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou investigação sobre possível prática de crimes na montagem e na manutenção do esquema. O PSOL protocolou um pedido de impeachment na Câmara Municipal.

Ao comentar o caso, Maia disse considerar que a liberdade de imprensa é “fundamental” para uma democracia forte.

“Toda vez que a imprensa tem seu trabalho limitado, a sociedade também tem sua informação limitada, e o agente público tem obrigação de garantir transparência para isso”, disse.

Questionado sobre um possível impacto do caso nas eleições municipais deste ano, Maia disse ter uma “boa relação” com Crivella, embora apoie outra candidatura – o DEM, partido do presidente da Câmara, deve lançar candidatura do ex-prefeito Eduardo Paes.

“Eu tenho uma boa relação com o prefeito Crivella, nunca tive problema com o prefeito Crivella. O DEM tem seu candidato, que eu acredito que é o candidato que tem as melhores condições de governar a cidade do Rio”, disse Maia.

“Claro que as eleições estão chegando, e cada um tem seu candidato, e acho que a gente tem que ver o que é melhor para o Rio de Janeiro, que, aliás, está precisando muito se reerguer”, disse o presidente da Câmara.

A Polícia Civil do RJ iniciou nesta terça-feira a Operação Freedom, contra os “Guardiões do Crivella”.

A juíza Soraya Pina Bastos, do Plantão Judiciário, expediu ao todo nove mandados de busca e apreensão em endereços ligados a funcionários do esquema. Não há mandados de prisão.

No cumprimento dos mandados, agentes da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) apreenderam notebooks, celular, dinheiro, cheques, contratos e um pacote escrito “Crivella”.

G1