Mais de 70% dos estudantes não voltam às aulas no DF

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Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

A primeira semana de aulas presenciais nas escolas particulares do Distrito Federal atraiu poucos alunos às salas de aula. Seguindo a expectativa do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), menos de 30% dos estudantes retornaram às instituições de ensino no último dia 21.

Apesar de as 570 instituições privadas do DF estarem autorizadas a retomar a rotina presencial, apenas cerca de 60 escolas filiadas ao Sinepe e outras 100 não filiadas reabriram as portas neste primeiro momento, segundo o presidente do sindicato, Álvaro Domingues.

“Menos de 30% [dos estudantes] têm comparecido presencialmente e os demais têm recebido aprendizagem remota, conforme vínhamos fazendo até então”, disse.

De acordo com Domingues, nesta primeira semana de aulas, as escolas seguiram à risca os protocolos necessários para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. “Pretendemos continuar com o mesmo rigor, com o mesmo empenho ao longo das próximas semanas, permitindo que as famílias concluam que há segurança no espaço escolar tanto quanto no espaço residencial ou em outros que a família também frequenta”, assinalou.

O cronograma de retorno foi aprovado em 24 de agosto. Por meio de audiência de conciliação virtual, entidades representativas das escolas e dos docentes da rede pública definiram a volta às aulas a partir de 21 de setembro para a educação infantil e o ensino fundamental 1, enquanto o ensino fundamental 2 retorna em 19 de outubro. Já o ensino médio e os cursos profissionalizantes retomarão as classes presenciais em 26 de outubro.

Conforme o diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF), Rodrigo de Paula, houve casos pontuais de professores que relataram conflitos com escolas para a realização de testes de Covid-19. No entanto, em um panorama geral, as instituições respeitaram os protocolos exigidos.

“Nós tivemos escolas que não chegaram a 10% dos alunos. Além desse número reduzido, o sindicato recebeu algumas reclamações em relação a testes. Professores disseram que algumas escolas estavam se negando a fazer testes em funcionários com sintomas. Mas isso foi algo pontual”, afirmou.

Ainda de acordo com ele, alguns pais também disseram que há unidades que não estão respeitando o distanciamento social. “Nesses casos de problemas, nós investigamos, notificamos a escola e pedimos para corrigir. Caso não corrija, passamos a situação ao Ministério Público”, explicou.

Rodrigo ressaltou ainda que “o sindicato continua fiscalizando” como seguem as aulas nessa retomada. “Recomendamos que, se o professor notar que a escola não segue os protocolos, denuncie ao sindicato. É só ligar, que a denúncia é anônima”, destacou.

Segundo Alexandre Veloso, presidente da Associação de Pais e Alunos de Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF), de modo geral, a entidade também não recebeu retorno negativo dos responsáveis pelos alunos.

“Por enquanto, não tivemos reclamação, queixa ou denúncia por parte dos pais de descumprimento. Mas a associação segue junto, acompanhando, para que a gente possa fazer com que essa volta das aulas presenciais possa ocorrer da maneira mais segura e tranquila”, afirmou.

Uma das preocupações dos pais agora, segundo Veloso, é com a qualidade do ensino para alunos que continuarão assistindo aulas a distância. “O que vem nos preocupando é a manutenção da qualidade do ensino presencial versus o ensino remoto. Há escolas que vão manter a gravação da aula presencial para ser transmitida para o ensino remoto e isso requer uma preparação diferenciada para que o processo de aprendizagem seja efetivo”, comentou.

As aulas presenciais só podem acontecer se as escolas fornecerem luvas e gorros descartáveis, protetores faciais (face shields), jalecos, aventais e outros aparatos necessários para os professores, instrutores e demais profissionais que trabalhem diretamente com alunos da educação infantil.

Devem ainda ser exigidos equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários aos trabalhadores (empregados diretos ou terceirizados), obrigatórios para cada tipo de atividade, principalmente para limpeza, retirada e troca do lixo, manuseio e manipulação de alimentos ou livros e aferição de temperatura.

Metrópoles