Pandemia rende ao Brasil maior superávit em 32 anos

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em um mês no qual as importações recuaram 25%, a balança comercial registrou superávit de US$ 6,609 bilhões em agosto, informou nesta segunda-feira (1º) o Ministério da Economia . O superávit se dá quando as exportações superam as importações — quando ocorre o contrário, há déficit comercial.

Esse é o melhor resultado para agosto desde o início da série histórica, em 1989. Em 32 anos, é o maior superávit para agosto. No mesmo período do ano passado, o saldo foi positivo em R$ 4,099 bilhões.

Em agosto deste ano, as exportações somaram US$ 17,741 bilhões, valor 5,5% menor que o registrado no mesmo período do ano passado.

As importações totalizaram US$ 11,113 bilhões, recuo de 25,1% na mesma comparação.

Segundo o Ministério da Economia, as vendas externas de produtos agropecuários avançaram 14,6% em agosto — o principal destino foram os países asiáticos. As vendas da indústria de transformação recuaram 7,7% no período, e as exportações da indústria extrativa, 15,4%.

De acordo com o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, a queda de 25% nas importações, em agosto, contra o mesmo mês de 2019, está relacionada com a pandemia do novo coronavírus.

“Hoje saiu o resultado do PIB [Produto Interno Bruto], e, assim como todos os países que sofreram efeito da pandemia, houve queda da atividade econômica, o que causou recuo da demanda por bens importados”, declarou.

Os dados oficiais mostram que as importações do setor agropecuário caíram 0,8%; as da indústria extrativa, 59,5%; e as da indústria de transformação, 23,8%.

No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, a balança comercial registrou superávit de US$ 36,594 bilhões, informou o Ministério da Economia.

O resultado é 13,7% maior que o saldo de US$ 32,171 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.

De acordo com o governo, no acumulado deste ano, as exportações somaram US$ 138,633 bilhões (queda de 6,6% na comparação com o mesmo período do ano passado). A média diária foi de US$ 830 milhões.

As importações somaram US$ 102,039 bilhões, com recuo de 12,3% em relação ao mesmo período de 2019. A média diária foi de US$ 611 milhões.

No ano passado, a balança comercial registrou superávit comercial de US$ 48 bilhões (valor revisado). Com isso, o saldo positivo, assegurado principalmente pela exportação de produtos básicos, ficou 19,6% abaixo do de 2018.

A expectativa do mercado financeiro para este ano é de nova queda do saldo comercial. Segundo pesquisa realizada pelo Banco Central na semana passada, a previsão para 2020 é de um saldo positivo de US$ 55 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.

O Banco Central, por sua vez, prevê um superávit da balança comercial de US$ 39 bilhões neste ano – com exportações em US$ 187,5 bilhões e importações no valor de US$ 148,5 bilhões.

G1