Polícia capta áudio de servidor ameaçando Crivella

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Foto: Reprodução/ Metrópoles

O empresário Rafael Alves, homem apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) como gerente de um “QG da propina” na prefeitura da capital fluminense, era próximo do prefeito Marcelo Crivella, mas chegou a ameaçar o prefeito quando ele tirou poder de seu irmão, o ex-presidente da Riotur Marcelo Alves.

Detalhes da análise de mais de mil mensagens entre Crivela e Rafael Alves foram divulgadas pelo Fantástico, da rede Globo, na noite deste domingo (13/9).

Segundo a reportagem, que teve acesso à investigação do MPRJ, o “QG da propina” recebia R$ 1,5 milhão por mês da empresa Assim Saúde para intermediar o fornecimento de planos médicos a servidores municipais.

O esquema teria sido negociado por Rafael, que não tinha cargo na administração, mas despachava na sede da empresa presidida por seu irmão.

Segundo a investigação, tudo correu bem entre Crivella e Rafael Alves até abril de 2019, quando o prefeito mexeu na estrutura da Empresa de Turismo do Rio de Janeiro (Riotur), subordinando-a a outro órgão.

A reação do empresário veio em tom de ameaça: “Colocar a Riotur subordinada à Secretaria de Turismo é covardia, desvalorizando Marcelo e não honrando o que foi combinado lá atrás. Bela atitude, fala uma coisa e faz outra. Eu não aceito isso, a Riotur tem que ficar subordinada ao gabinete do prefeito. Esse ato tem que ser publicado amanhã no Diário Oficial, senão a conversa vai mudar de tom”.

O prefeito teria dito que “não esperava isso” de Rafael, que chegou a receber para reuniões de madrugada e com quem caminhava em algumas manhãs.

Em mensagens a outros interlocutores, Rafael se diz um “homem-bomba” e que “o governo dele [Crivella] explode junto com a minha paciência.”

A Prefeitura do Rio, em nota enviada à Globo, refutou as acusações do Ministério Público sobre as negociações com o Grupo Assim Saúde. Em nota, disse que o processo de contratação do plano de saúde dos servidores foi aberto a todas as operadoras e que a Assim Saúde foi a única a apresentar proposta.

Crivella tem dito ser vítima de perseguição da Globo, que seria inimiga de sua campanha à reeleição.

O Grupo Assim Saúde não comentou a acusação de que teria pago propina em troca do contrato. Em nota, afirmou que tem contrato com a Prefeitura do Rio há 16 anos, atendendo mais de 100 mil pessoas, e que vem tentando junto à prefeitura equilibrar economicamente o contrato diante do aumento dos custos de operação.

Metrópoles