Sob Trump, dispara quantidade de moradores de rua

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Foto: Apu Gomes – 18.set.19/Folhapress

Cinquenta dias antes da eleição americana, a Folha passa a publicar a série de reportagens “50 estados, 50 problemas”, que se debruça sobre questões estruturais dos EUA e presentes na campanha eleitoral que decidirá se Donald Trump continua na Casa Branca ou se entrega a Presidência a Joe Biden.

Até 3 de novembro, dia da votação, os 50 estados do país serão o ponto de partida para analisar que problemas o próximo —ou o mesmo— líder americano terá de lidar.

Donald Trump e sua família se tornaram bilionários erguendo e negociando imóveis. Curiosamente, a principal promessa de campanha do republicano na habitação não é fazer mais casas, mas sim dificultar a edificação delas.

Nas últimas semanas, o presidente passou a dizer que fará de tudo para impedir a construção de moradias mais baratas perto de subúrbios americanos, aquelas regiões que nos acostumamos a ver nos filmes, com casas de jardim na frente e quintal ao fundo.

“As pessoas que vivem seu estilo de vida de subúrbio dos sonhos não serão mais incomodadas ou atingidas financeiramente por casas de baixo custo em suas vizinhanças”, afirmou Trump em julho, ao encerrar um programa criado por Barack Obama que buscava facilitar o acesso à moradia popular.

A pandemia esfriou o volume de negócios, mas não os preços. Em Los Angeles e San Francisco, aluguéis de US$ 3.000 (R$ 16 mil) mensais por um apartamento de dois quartos seguem sendo a regra.

Para comprar uma residência na Califórnia, é preciso gastar em torno de US$ 600 mil (R$ 3,2 milhões), seis vezes mais do que no Arkansas e na Virgínia Ocidental, estados mais baratos do país para morar.

Assim, esse panorama faz com o que estado de maior PIB dos EUA também esteja no topo de outro ranking: o de moradores de rua. São cerca de 150 mil pessoas nessa situação, segundo os últimos dados federais, de 2019. De cada quatro habitantes sem teto do país, um vive na Califórnia.

“Com a pandemia, o problema se exacerbou. Em janeiro, havia 60 mil moradores de rua em Los Angeles. Com a Covid, criou-se um programa para alojá-los em hotéis, mas não havia quartos suficientes para nem 10% deles”, estima Monkkonen.

Redação com Folha