Trump aumentará maioria na Suprema Corte

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Foto: Mandel Ngan / AFP

O senador republicano Mitt Romney, do estado de Utah, disse nesta terça-feira que apoiaria a realização, antes da eleição presidencial, da votação para escolher quem deve ocupar a cadeira da Suprema Corte que ficou vaga após a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg. Isso basicamente garante que o presidente Donald Trump tenha os votos necessários para seguir com sua escolha, o que irá consolidar uma maioria de seis conservadores contra três progressistas no tribunal.

Com o anúncio de Romney, Trump garante o apoio de três senadores republicanos que poderiam se opor à escolha de um novo juiz na Suprema Corte a pouco mais de um mês das eleições. Os outros dois parlamentares são Charles Grassley, de Iowa, e Cory Gardner, do Colorado, que também já se manifestaram a favor de seguir com a escolha.

Nesse cenário, o presidente anunciou nesta terça-feira sua decisão de seguir adiante com a nomeação:

“Vou anunciar minha nomeação para a Suprema Corte no sábado, na Casa Branca!”, publicou Trump no Twitter.

Apesar de republicano, o senador Romney — que foi candidato à Presidência em 2012 — é um dos poucos integrantes do partido críticos a Trump. Ele era visto como um potencial desertor devido a rompimentos anteriores com o presidente, como quando votou para condená-lo e tirá-lo do cargo no julgamento do impeachment.

No entanto, mesmo antes do posicionamento de Romney, Trump provavelmente já teria os votos necessários para seguir com sua escolha. Além disso, caso haja um empate, o vice-presidente Mike Pence será o responsável pelo desempate.

— A Constituição dá ao presidente o poder de nomear e ao Senado a autoridade para aconselhar e dar o consentimento aos escolhidos para a Suprema Corte — disse Romney nesta terça-feira. — Consequentemente, pretendo seguir a Constituição e os precedentes ao considerar o nomeado do presidente. Se o nomeado chegar ao plenário do Senado, pretendo votar com base nas suas qualificações.

Nesta terça-feira, líderes republicanos e Trump consideravam que apenas dois senadores do partido seriam contrários a preencher a cadeira da Suprema Corte próximo às eleições: Lisa Murkowski, do Alasca, e Susan Collins, do Maine.

Como o Partido Republicano é maioria no Senado, além do poder de desempatar ser do vice-presidente Mike Pence, os democratas precisariam de quatro desertores para impedir a escolha de Trump.

Com as pesquisas mostrando que Trump está atrás do ex-vice-presidente Joe Biden, o presidente insistiu em seguir com sua escolha para a Suprema Corte sem esperar pelo resultado da eleição.

— Prefiro votar antes da eleição porque há muito trabalho a ser feito — disse Trump a repórteres. — Temos muito tempo para fazer isso. Realmente há muito tempo.

Na segunda-feira, Trump teve um encontro particular na Casa Branca com Amy Coney Barrett, juíza do Tribunal de Apelações do 7º Circuito dos EUA, em Chicago, considerada favorita dele e dos conservadores antiaborto para ocupar a vaga.

Líder republicano no Senado, Mitch McConnell também já reiterou que pretendia que a vaga fosse ocupada antes do final no ano, mas não se comprometeu em realizar a votação antes da eleição.

— O Senado tem tempo mais do que suficiente para votar uma indicação — disse McConnell no plenário do Senado. — A história e os precedentes deixam isso perfeitamente claro.

Em março de 2016, quando os republicanos já eram a maioria no Senado, o mesmo McConnell bloqueou a sabatina de Merrick Garland, indicado por Obama para ocupar a vaga do conservador Antonin Scalia, que havia morrido no mês anterior, sob alegação de que era ano eleitoral. A vaga só foi preenchida após a eleição de Trump em novembro daquele ano.

O Globo