Vídeo: polícia de Nova Iorque mata negro sem razão

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Foto: Reprodução

Um novo vídeo aumentou as tensões raciais nos Estados Unidos. As imagens de um homem afro-americano sendo asfixiado por policiais em Rochester, Nova York, foram divulgadas na quarta-feira pela família da vítima, que morreu no dia 30 de março. Daniel Prude, de 41 anos, aparece nu, sentado na rua e com as mãos algemadas enquanto os policiais o cercam, depois se observa que um deles coloca um capuz branco na cabeça e o prostra contra o asfalto durante dois minutos. Prude sobreviveu até a chegada de uma ambulância, mas no hospital só permaneceu vivo por sete dias conectado a um equipamento de suporte de vida.

Em 23 de março, seu irmão, Joe, ligou para o 911 pedindo ajuda porque o homem ―originário de Chicago e que estava de visita por alguns dias― estava se comportando de maneira estranha devido a problemas relacionados a sua saúde mental. Um caminhoneiro também ligou para o número de emergência para avisar que um homem negro estava nu na rua, tentando abrir carros e gritando que estava infectado com o coronavírus. A polícia apareceu na rua e prendeu Prude, algemando suas mãos nas costas. “Liguei para que ajudassem meu irmão, não para que o linchassem”, disse Joe Prude na apresentação do vídeo, durante o qual a família pede que os policiais sejam acusados de homicídio.

A gravação foi obtida da câmera usada por um dos policiais em seu uniforme. Nela se observa que Prude não estava armado e que obedeceu aos agentes quando lhe pediram que se sentasse no chão. Os policiais decidiram encapuzá-lo quando notaram que estava agitado e o fizeram com um gorro que é usado para evitar que os detidos mordam ou cuspam nos agentes. Depois, quando estava inconsciente após a asfixia, tentaram reanimá-lo, não conseguiram e então chamaram uma ambulância. Os policiais envolvidos na morte de Prude foram suspensos nesta quinta-feira depois que o vídeo foi divulgado ao público. A autópsia indica que o homem morreu de “complicações pela asfixia no contexto de dominação física” e que a droga fenciclidina contribuiu para seu estado de delírio.

Depois que o vídeo foi exibido, uma centena de moradores de Rochester protestou em frente à delegacia e os policiais tentaram dispersar o grupo com gás lacrimogêneo. “Compartilho as preocupações da comunidade em garantir que haja uma investigação justa e independente sobre sua morte e apoio seu direito de protestar”, disse a procuradora-geral de Nova York, Letitia James. Nesta quinta-feira estavam previstas mais mobilizações em apoio à família de Prude.

El País