Voos panorâmicos são alternativa na Austrália

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Foto: Reprodução

A quarentena provocada pela pandemia de coronavírus vem deixando as pessoas tão ansiosas para sair de casa que elas acabam buscando até viajar… para lugar nenhum. A Qantas Airways disse que um voo panorâmico seu, de sete horas sem destino sobre o outback ( o deserto australiano) e a Grande Barreira de Corais da Austrália, se esgotou em dez minutos nesta quinta-feira. É um exemplo de uma tendência crescente na Ásia de oferecer “voos para lugar nenhum” que decolam e depois pousam no mesmo aeroporto.

As duras restrições nas fronteiras para manter o coronavírus sob controle levaram a uma queda de 97,5% nas viagens internacionais na região, de acordo com a Associação de Companhias Aéreas da região Ásia-Pacífico.

Com isso, várias aéreas, incluindo a taiwanesa EVA Airways e a japonesa ANA Holdings, desesperadas por receitas e para manter suas licenças de piloto atualizadas, oferecem voos turísticos especiais “para lugar nenhum”.

O voo da Qantas, em um Boeing Co 787 normalmente usado para viagens internacionais de longa distância, passará a baixa altitude sobre Uluru, a Grande Barreira de Corais e o Porto de Sydney antes de retornar a Sydney.

Os bilhetes custam entre A$ 787 e A$ 3.787 (US$ 575 e US$ 2.765), dependendo da classe de assentos, e os 134 lugares disponíveis foram rapidamente reservados, disse uma porta-voz da Qantas.

– É provavelmente o voo de venda mais rápida da história da Qantas – disse ela. – As pessoas claramente sentem falta de viagens e da experiência de voar. Se houver demanda, com certeza vamos pensar em fazer mais desses voos panorâmicos enquanto todos esperamos a abertura das fronteiras.

A EVA de Taiwan usou um de seus aviões icônicos da Hello Kitty para um voo especial do Dia dos Pais no mês passado, enquanto a ANA usou um Airbus SE A380 (que normalmente faz a rota para Honolulu) para um voo de 90 minutos com uma experiência havaiana a bordo.

As passagens custam 6.888 dólares taiwaneses (US$ 236) para um voo da Tigerair Taiwan saindo de Taipé que sobrevoará a ilha de Jeju, na Coreia do Sul, supostamente esgotados em quatro minutos. O preço inclui um voucher de um ano para passagens de ida e volta de Taiwan para a Coreia, que pode ser usado depois que as proibições de viagens forem suspensas.

Chen Shu Tze, 44, uma engenheira de Taipé, disse que se inscreveu para o voo porque o voucher é um bom negócio e ela sentiu falta de poder viajar – especialmente para a Coreia do Sul, um destino favorito.

– A pandemia tem um impacto devastador no turismo e na indústria aérea, então quero ajudar a impulsionar a economia, e sinto falta de voar – disse ela à Reuters.

A Singapore Airlines também está de olho em voos panorâmicos a partir do próximo mês, informou o jornal Straits Times do país no domingo – uma ideia que recebeu críticas generalizadas de ambientalistas e comentaristas on-line.

“Em primeiro lugar, isso incentiva viagens com emissões intensivas de carbono sem um bom motivo e, em segundo lugar, é apenas uma medida paliativa que nos desvia das mudanças necessárias para mitigar a crise climática”, disse a ONG SG Climate Rally em nota.

O Globo