Bolsonaro quer enquadrar Pazuello no discurso da vacina

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Foto: Daniel Marenco/Agência O Globo

Bombeiros do Palácio do Planalto estão em ação neste momento trabalhando para baixar as chamas da irritação de Jair Bolsonaro com o anúncio feito ontem pelo Ministério da Saúde de que seriam compradas 46 milhões de doses da CoronaVac, a vacina contra Covid-19 do Instituto Butantan produzida em parceria com a chinesa Sinovac.

Apesar de Bolsonaro ter desautorizado de modo veemente a decisão (“Não compraremos vacina da China. Bem como meu governo não mantém diálogo com João Doria sobre Covid-19”), o presidente teve duas conversas com Eduardo Pazuello na manhã de hoje. Pelo que foi conversado, apesar da irritação de Bolsonaro com a situação, Pazuello continua ministro.

De acordo com os bombeiros, Bolsonaro e Pazuello (que está em casa, com suspeita de Covid) alinharam um discurso sobre o tema.

Em que pese a descompostura pública feita por Bolsonaro, o governo quer vender a ideia de que a vacina chinesa não está vetada para sempre. E que o Ministério da Saúde não dará um passo em termos de compra ou convênios enquanto ela não tiver todas as aprovações da Anvisa. Este teria sido o tom da fala de Bolsonaro.

Não foi, mas este deve ser o discurso oficial a partir de agora. Um remendo.

Resta saber também com que celeridade a Anvisa dará a palavra final sobre a eficácia da CoronaVac. Este é outro ponto fundamental dessa guerra em torno das vacinas.

O Globo