Bolsonaro quer que indicado ao STF assuma seu caso

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Foto: Reprodução/TRF

O Planalto corre para nomear o desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) Kassio Marques ministro do Superior Tribunal Federal (STF). O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, organizou para esta semana reuniões de Marques com lideranças do Senado, Casa a qual compete avalizar o nome indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à vaga na mais alta corte do país. O Planalto trabalha para que, tão logo Celso de Mello se aposente, a vaga seja preenchida por Kassio Marques.

Uma nomeação rápida pode fazer com que Kássio Marques herde do ministro Celso de Mello, que se aposentará no dia 13, o inquérito que apura se Bolsonaro interferiu na Polícia Federal para proteger familiares e aliados, como acusou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

Fontes do Planalto ouvidas pelo GLOBO, contudo, afirmam que Bolsonaro já trabalha com a possibilidade de Luiz Fux, presidente do STF, distribuir o processo para outro magistrado com mais experiência. Seja sob o argumento de que Marques seria novato no Supremo, seja sob a alegação de que poderia haver um certo constrangimento, tendo em vista que, confirmada a nomeação, Marques teria chegado à corte por indicação de Bolsonaro.

Como O GLOBO informou, Bolsonaro e Marques jantaram com os ministros do STF Gilmar Mendes e Dias Toffoli na última terça-feira. Na ocasião, Bolsonaro apresentou seus escolhidos aos dois ministros, que demonstraram surpresa com a indicação. A interlocutores, o presidente da Corte, Luiz Fux, disse estar incomodado com o excesso de diálogo de Toffoli e Mendes com o Planalto.

Neste sábado, Toffoli recebeu Marques em sua casa juntamente com outros convidados, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Assistiram juntos a um jogo de futebol pela televisão e, à noite, pediram carregamentos de pizza.

— Eu sou um cara que gosta de unir as pessoas, que todo mundo se divirta. Confraternizar. Foi uma confraternização, ninguém falou de trabalho. Não estávamos aqui para discutir assunto sério — disse Toffoli ao GLOBO no sábado, depois do encontro.

Neste domingo, Bolsonaro usou as redes sociais para rebater críticas de internautas à indicação de Kassio Marques para o STF. A liberação para uma licitação do STF que previa a compra de alimentos como lagostas e vinhos caros, a suposta proximidade ao PT, a pecha de “desarmamentista” atribuída ao desembargador e o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) são algumas das críticas nas redes sociais do presidente. Algumas das críticas foram rebatidas por Bolsonaro.

“Baseado em que fato concreto você critica o desembargador Kassio Nunes?”, questionou Bolsonaro a um internauta que lhe pediu para rever a indicação.

“Você sabe quantos ministros e secretários meus já trabalharam nos governos do PT? Você acha que eu deveria demitir o ministro Tarcísio (de Freitas, da Infraestrutura)?”, escreveu Bolsnaro.

Tarcísio de Freitas, um dos auxiliares do presidente mais festejaos por apoiadores nas redes sociais, foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

O Globo