Candidatos paulistanos prometem obras para gerar empregos

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Foto: Reprodução/Metro

A velha fórmula de prometer frentes de obras públicas para criar empregos de forma direta ou indireta e, assim, aquecer a economia, voltou com força nesta eleição. A diferença é que, agora, os candidatos se comprometem a priorizar serviços públicos em territórios mais periféricos da capital e com mão de obra local.

É o caso, por exemplo, de Guilherme Boulos (PSOL), que fala em contratar serviços de limpeza urbana, saneamento básico, conservação de jardins e de áreas verdes de pequena extensão a partir das subprefeituras e por meio de cooperativas.

Márcio França (PSB) diz que, se eleito, vai lançar o “Plano Márcio” – inspirado no Plano Marshall, de recuperação da economia europeia no pós-guerra –, com a contratação de pessoas para trabalhar seis horas por dia, três vezes na semana, por R$ 600 mensais e nos mesmos serviços citados por Boulos. Nenhum dos dois, no entanto, explicam o que farão com os contratos que a cidade já têm firmados nessas áreas.

Orlando Silva (PCdoB) vai mais longe: promete, já no primeiro ano, criar um programa emergencial capaz de gerar 300 mil novos postos de trabalho que reduzam o desemprego em 30% no período de um ano.

“É uma estimativa até modesta, pois São Paulo tem 15% de desemprego, e só aí tem um milhão de desempregados na cidade”, afirmou Silva ao Estadão. Ele prevê uma “explosão” da procura por emprego no início do próximo ano, com a o fim do auxílio emergencial federal.

O ex-ministro já prometeu também um pente-fino nos contratos municipais. As áreas de transporte e Organizações Sociais (OSs) de Saúde seriam as primeiras da lista. “Tenho convicção de que, quando fizermos auditoria nos contratos, vamos encontrar recursos.”

O foco em geração de emprego na campanha ocorre após uma diminuição do investimento em obras da Prefeitura, que refletiu uma tendência de todo o País. O s investimentos chegaram ao patamar de R$ 5,7 milhões em 2014, em valores corrigidos pela inflação, e passaram a cair anualmente até 2018 – quando chegaram a R$ 2,4 milhões. No ano passado, houve um aumento de quase 50% no investimento municipal. Os valores desconsideram aquilo que foi pago em indenizações, sentenças judiciais, transferências e tributos.

Estadão