Coronavírus desmontou a campanha de Trump

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Foto: Joyce N. Boghosian/Casa Branca – 3.out.20/AFP

O surto de coronavírus que virou o mundo de ponta-cabeça na sexta-feira (2) não atingiu apenas o presidente Donald Trump, a primeira-dama, Melania Trump, e um grupo de conselheiros da Casa Branca. Bill Stepien, diretor de campanha, e Ronna McDaniel, presidente do Partido Republicano, também tiveram testes positivos. Muitos outros estão em isolamento e podem confirmar o diagnóstico a qualquer momento.

Esse acontecimento sistêmico nada tem a ver com os dramas individuais e os problemas de saúde de Jair Bolsonaro e Boris Johnson.

Minimizar, ou até teorizar sobre um possível benefício desse incidente épico, é desconhecer por completo a dinâmica eleitoral dos Estados Unidos. A campanha funciona como um cassino em que os candidatos precisam jogar em permanência, arrecadando fundos na sexta para poder financiar propaganda eleitoral na segunda-feira. A evolução das contas de campanha é um indicador tão importante para um partido como a tendência das sondagens.

Do dia para a noite, dezenas de candidatos à Câmara e ao Senado perderam contato com os seus generais e terão de enfrentar os próximos dias da campanha sem uma estratégia partidária coerente, centralizada e coordenada. Eventos e discursos terão de ser calibrados em função da evolução do quadro de saúde dos figurões do partido.

Redação com Folha