Pelo quinto ano, Brasil fecha mais empresas que abre

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Foto: Reprodução

Pelo quinto ano seguido, o país fechou mais do que abriu novos empreendimentos. De acordo com a pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo de 2018, do IBGE, foram abertas 697,1 mil empresas, mas 762,9 mil companhias encerraram suas atividades. O saldo ficou negativo em 65,9 mil. Com a pandemia, a situação pode ter se agravado.

O levantamento considera somente as entidades empresariais, excluindo os Microempreendedores Individuais (MEIs), órgãos da administração pública, entidades sem fins lucrativos e as organizações internacionais que atuam no país. Em 2017, o saldo ficou negativo em 22,9 mil.

Em 2018, o Cadastro Central de Empresas (Cempre) somava um total de 4,4 milhões de empresas ativas no país, nas quais trabalhavam 38,7 milhões de pessoas. Desse total, 32,3 milhões (83,5%) eram assalariadas e 6,4 milhões (16,5%) sócias ou proprietárias. A idade média das empresas era de 11,6 anos.

— O comportamento de saída e entrada de empresas tem relação direta com a atividade econômica do país. Só em 2014, 218 mil fecharam as portas. Nos anos seguintes, esse movimento continuou, mas num patamar menor, refletindo a atividade econômica do período, que vem sendo fraca desde então — analisa o gerente do estudo, Thiago Gonçalves Ferreira.

A redução de 1,5% no número de empresas em 2018, na comparação com o ano anterior, foi puxada, principalmente, pelo segmento de comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas, que teve saldo negativo de 88,7 mil empresas.

Por outro lado, Saúde e serviços sociais, embora sem participação expressiva, foi o setor que mais contribuiu no saldo de empresas (23,7 mil).

A fragilidade do dinamismo empresarial também prejudica na remuneração dos trabalhadores assalariados. A pesquisa do IBGE mostra que, em 2018, as empresas que já estavam em funcionamento desde anos anteriores pagavam, em média, R$ 2.559 mensais aos seus empregados, uma ligeira alta de 0,2% na comparação com o ano anterior.

Já as empresas criadas em 2018 remuneravam, em média, R$ 1.668 mensais a seus funcionários. O valor representa uma queda de 3,8% na comparação com os salários das empresas criadas em 2017.

— As empresas novas, não apenas pagam menos do que as existentes, mas, como observado na passagem de 2017 para 2018, estão remunerando menos ainda — destaca Ferreira.

O Globo