PF descobre novo esquema de corrupção na Petrobras

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Foto: Leo Pinheiro/Valor

A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje da 76ª Fase da Operação Lava Jato, chamada “Operação Sem Limites III”. A ação visa aprofundar investigações sobre possíveis práticas criminosas cometidas na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, especificamente na Gerência Executiva de Marketing e Comercialização da empresa. A operação abrange três mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro.

Em comunicado, a PF detalha que a ação de hoje tem como origem informações apuradas durante deflagração da 57ª fase da Operação Lava Jato, a primeira edição da “Operação Sem Limites”. Nessa primeira edição da ação, ocorreram prisões, buscas e apreensões de integrantes de organização criminosa responsáveis pela prática de crimes envolvendo a negociação de óleos combustíveis e derivados entre a estatal e “tradings” de companhias estrangeiras.

A PF detalhou que, após o cumprimento das medidas relacionadas a essa ação, no final de 2018, bem como oferecimento de acusações criminais, executivos ligados a empresas estrangeiras investigadas celebraram acordos de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF).

Nas colaborações desses executivos, a PF apurou que, com base em elementos por eles apresentados, funcionários da Petrobras responsáveis pelas negociações de compra e venda de bunker e diesel marítimo recebiam vantagens indevidas. Esses funcionários da petroleira brasileira, detalhou a PF, receberiam propina, desses executivos, para que as suas respectivas empresas fossem favorecidas em negociações de fornecimento de combustíveis marítimos no varejo para abastecimento dos navios a serviço da Petrobras em portos estrangeiros.

Segundo a PF, verificou-se que os funcionários da Petrobras, alvos das medidas judiciais cumpridas na presente data, também repartiam os valores de propina com outros agentes públicos da Gerência Executiva de Marketing e Comercialização da petroleira brasileira, já denunciados e investigados no âmbito da Operação Lava Jato.

A PF informou que, com a ação de hoje, o objetivo da Justiça é de fazer cessar suposta atividade criminosa, bem como aprofundar o rastreamento dos recursos de origem criminosa (no caso, a propina), bem como conclusão da investigação policial em todas as suas circunstâncias.

Caso seja comprovada culpa, os investigados na ação de hoje, cujos nomes não foram informados pela PF, responderão na Justiça por prática de crimes de corrupção passiva, organização criminosa e de lavagem de dinheiro, entre outros.

Valor Econômico