Popularidade de Bolsonaro volta a cair

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Foto: Marcos Corrêa / Presidência da República

Em nova pesquisa XP Ipespe, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mostra avanço em sua popularidade, num movimento que coincide com medidas do governo federal para mitigar os efeitos da pandemia do coronavírus, como a concessão do auxílio emergencial. A reprovação ao governo Bolsonaro, segundo o levantamento, registrou uma queda de cinco pontos percentuais na rodada de outubro.

O presidente tem agora uma avaliação positiva oito pontos maior que a negativa – são 39% os que consideram a administração ótima ou boa (estável em relação à pesquisa anterior) contra 31% que veem a gestão como ruim ou péssima (eram 36% no levantamento de setembro). O grupo dos que a consideram regular subiu de 24% para 28%.

De acordo com a pesquisa, a tendência favorável ao governo se mantém desde maio, quando a parcela dos que reprovam o governo atingia 50% contra 25% que demonstravam apoio a Bolsonaro. Foram realizadas 1.000 entrevistas nos dias 8, 9, 10 e 11 de outubro. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.

Um dos dados que chamam a atenção é que, pela primeira vez, na série desde julho do ano passado, a região Nordeste tem uma avaliação negativa de Bolsonaro menor (30%) do que a do Sudeste (35%).

No fim de abril, a parcela dos nordestinos que consideram a gestão ruim ou péssima era mais que o dobro, 63%, e a diferença para o Sudeste já chegou a 20 pontos percentuais em agosto do ano passado (53% a 33%) e no início de abril deste ano (56% a 36%).

A pesquisa também mostrou a liderança de Bolsonaro para o primeiro turno das eleições presidenciais de 2022. Se a disputa fosse hoje, o presidente teria 31% das intenções de voto (eram 30% em setembro), contra 14% do petista e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (eram 15% no mês passado).

O levantamento mostra ainda uma estabilidade nas intenções de voto do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (sem partido), que passou de 10% em setembro para 11% neste mês. Segundo o instituto, isso pode indicar o fim da tendência de queda de Moro observada desde maio deste ano. O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) registrou 10%, em empate técnico com Haddad e Moro.

Nas simulações de segundo turno, há a manutenção do cenário de empate técnico entre Bolsonaro e Moro, com o ex-juiz agora numericamente à frente do presidente (36% a 35%). No fim de abril, Moro chegou a abrir uma vantagem de 58% a 24% sobre Bolsonaro, quando pediu demissão acusando o presidente de interferir politicamente na Polícia Federal, órgão ligado ao Ministério da Justiça. Nos demais cenários, Moro e Bolsonaro venceriam Haddad; e o presidente derrotaria ainda Ciro e seu ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.

Os entrevistados foram questionados também sobre o auxílio emergencial. Para 68% da população, o governo federal deveria manter o benefício nos primeiros meses de 2021, caso não tenha conseguido implementar um novo programa de transferência de renda.

Valor Econômico