Russomanno segue Bolsonaro e boicota vacina contra covid19

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Foto: Reprodução

O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Republicanos, Celso Russomanno, reforçou sua relação com o presidente Jair Bolsonaro como solução para problemas da administração municipal. Em sabatina com jornalistas do Estadão, ele disse que sua proximidade com o presidente criaria condições favoráveis em uma renegociação da dívida da capital com o governo federal, e disse que Bolsonaro seria “muito bem-vindo” em seu partido. O candidato do Republicanos disse, ainda, ser contra a obrigatoriedade da vacinação contra o novo coronavírus.

“Eu tenho amizade com o presidente Bolsonaro desde 1995, amizade particular. Eu o conheço profundamente”, disse Russomanno. “Ele é muito bem vindo no Republicanos.”

Embora tenha dito mais de uma vez que é “amigo” de Bolsonaro e se apresentado como vice-líder do governo, Russomanno evitou dar uma resposta direta às perguntas sobre suspeitas contra a família do presidente e seu entorno. Ao ser perguntado sobre os depósitos de R$ 89 mil de Fabrício Queiroz para a primeira-dama Michelle Bolsonaro e sobre outro vice-líder do governo, o senador Chico Rodrigues, preso com R$ 33 mil na cueca, o candidato se esquivou.

“Não existe crime de amizade. Não se pode imputar crime a alguém por ser amigo. Recebo com muita alegria o apoio do presidente Bolsonaro”, disse. “Essas questões estão sendo apuradas. Ministério Público e Judiciário têm competência para isso.”

Questionado sobre o uso político das vacinas contra a covid-19 que estão em desenvolvimento, Russomanno disse ser contra a obrigatoriedade da vacinação. Ele ressaltou ser “legalista”, deixou a entender que o processo de vacinação deve seguir as leis vigentes e disse que é contra “inventar”.

“Os nossos empregos foram embora, nós somos obrigados a uma série de coisas, agora querem obrigar a tomar vacina?”, questionou Russomanno. “Eu sou um legalista, nós temos leis, e nós vamos cumprir as leis. A gente não pode inventar.”

Uma das promessas de campanha do candidato é a criação de um programa de transferência de renda, semelhante ao auxílio emergencial do governo federal. Russomanno evitou prometer um valor para o auxílio paulistano.

A campanha tem dito que a liberação de verbas para o pagamento do benefício está atrelada à renegociação da dívida da capital com a União. Russomanno tem insistido que sua relação com Bolsonaro vai viabilizar uma negociação favorável à cidade.

“Eu posso dar alguns dados: a dívida está em R$ 57 bilhões; em 2030 ela vai ser em torno de R$ 200 bilhões. Ela tem de ser negociada, como o Rio de Janeiro já fez”, disse o candidato. “Ninguém melhor do que o governo federal para me dar apoio e transformar essa dívida num subsídio, e não no que ela é hoje: um forma de lucrar com a dívida de São Paulo. O governo federal não precisa disso.”

Estadão