Senador do cuecão empregou parentes de Bolsonaro

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Foto: Reprodução

Hoje alvo de um rumoroso caso de dinheiro escondido na cueca, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) já prestou um valioso serviço à família de Jair Bolsonaro. Em abril do ano passado, ele topou acolher em seu gabinete o primo dos filhos do presidente, Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio. À época, ele sofria resistência para encontrar um emprego no poder em Brasília.

Figura com trânsito livre no Palácio do Planalto e na primeira-família, Léo Índio sonhava em conseguir um cargo na Secretaria de Governo, comandada pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz no início do mandato de Jair Bolsonaro. Era uma maneira de ficar ainda mais perto do presidente e das ações do Executivo.

No entanto, Santos Cruz não topou abrigá-lo em um cargo comissionado. O filho Zero Dois, Carlos Bolsonaro, pressionava para que seu primo fosse agraciado com um emprego na Segov com salário de mais de 13.000 reais. O então ministro, no entanto, respondia que ele não tinha qualificação para o cargo e não estava à altura da remuneração.

A negativa do emprego ao primo da família Bolsonaro azedou a relação de Santos Cruz com o presidente. O general foi demitido do governo em junho do ano passado, sendo alvo de notícias falsas, acusações de aliar-se à esquerda e conspirar contra Bolsonaro represando verbas publicitárias.

Sem emprego no Planalto, Índio foi acolhido por Chico Rodrigues em abril de 2019, a pedido da família presidencial. À época, o senador já ocupava o posto de vice-líder do governo no Senado e era tido como um amigão da família – em vídeo, Bolsonaro já afirmou manter uma “união estável” com Rodrigues. Atualmente, o primo dos Bolsonaros recebe um salário de quase 23.000 reais.

Nesta quinta-feira, o senador, flagrado com 30 mil reais escondidos dentro de sua cueca durante uma operação da Polícia Federal, se afastou do cargo de vice-líder do governo. Em nota, o Planalto reforça que Rodrigues foi alvo de uma operação da Polícia Federal, a partir de uma apuração da Controladoria Geral da União, que investiga o desvio de recursos públicos em contratos de R$ 20 milhões na área de Saúde, repassados pela União na pandemia.

“A ação da Polícia Federal e da GCU, respeitando os princípios constitucionais, é a comprovação da continuidade do Governo no combate à corrupção em todos os setores da sociedade brasileira, sem distinção ou privilégios”, informou a Secretaria Especial de Comunicação Social.

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