Biden diz que vai vencer

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Foto: Arte O Globo

O candidato do Partido Democrata, Joe Biden, amanheceu neste sábado com a liderança ampliada na Pensilvânia na Geórgia, o que aumenta seu favoritismo para assumir a Presidência dos Estados Unidos. Ele também lidera a apuração no Arizona e em Nevada, estando perto de assegurar a vitória em quatro dos cinco estados em que a disputa está mais acirrada e onde os votos ainda estão sendo contados — o quinto é a Carolina do Norte, onde o presidente Donald Trump lidera.

Nas primeiras horas da madrugada, Biden fez um pronunciamento em Wilmington, Delaware, onde mora, afirmando não ter dúvidas de que vencerá esta eleição e anunciando que já começou a trabalhar nas primeiras medidas do governo.

Caso a vitória de Biden se confirme na Pensilvânia, onde a apuração continua e os votos ainda não apurados são maciçamente favoráveis ao Partido Democrata, ele não precisará de nenhum outro estado para se tornar o 46o presidente dos EUA.

Pelas projeções atuais, o democrata tem 253 votos no Colégio Eleitoral, contra 214 de Trump. São necessários 270 para vencer.

Na Geórgia, no entanto, o secretário de Estado, Brad Raffensperger, afirmou que haverá uma recontagem, diante do virtual empate entre os candidatos, com apenas 0,1% de vantagem de Biden.

Diante da derrota iminente, Trump reiterou que contestará judicialmente os resultados nos estados em que a vitória de Biden ocorre por pequena margem — apesar de ele próprio ter vencido nos estados de Michigan, Wisconsin e Pensilvânia em 2016 por uma margem total de apenas 80 mil votos.

A campanha republicana entrou com ações judiciais na quinta para suspender a contagem em Michigan, Geórgia, Nevada e Pensilvânia, além de recontagem em Wisconsin, mas dois de seus pedidos já foram rejeitados pela Justiça. À noite, se somou mais um processo, na Filadélfia, também derrotado. Em paralelo, a Suprema Corte determinou que os votos na Pensilvânia recebidos após 3 de novembro sejam contados separadamente. Segundo a CNN, isto não deve ser determinante no resultado.

Todos os resultados são, por enquanto, baseados em projeções dos principais meios de comunicação americanos — como nos EUA cada estado tem as próprias regras eleitorais, não há um órgão nacional que centralize a apuração dos votos e a a proclamação dos resultados.

Na Geórgia, onde a apuração continua, a vantagem de Biden aumentou em 5.110 mil votos durante a madrugada, passando de 4.430 votos para 7.248 votos. Em termos percentuais, o democrata tem 49,4% e o republicano, 49,3%, com cerca de 99% dos votos apurados.

O estado já anunciou, no entanto, que fará uma recontagem, diante da estreita margem. Pela lei local, isto pode ser solicitado caso a diferença entre os candidatos seja igual ou inferior a 0,5%. Historicamente, no entanto, processos deste tipo geralmente não resultam em grandes diferenças.

As contagens na Filadélfia e em Pittsburgh, as maiores cidades do estado, pararam na noite de sexta-feira, e a diferença entre Trump e Biden de 28.833 votos permanece a mesma desde as primeiras horas da madrugada. Os votos voltarão a ser contados nesta manhã.

A emissora americana NBC anunciou que, quando a vantagem de Biden chegar a 35 mil votos, irá declará-lo vencedor no estado, o que concederá a Biden quantidade suficiente de votos para ser eleito presidente. Até o momento, 96% dos votos já foram aferidos. Espera-se que o resultado seja enfim conhecido neste sábado.

Trump precisaria vencer Geórgia e na Pensilvânia e de ao menos mais um dos estados onde a apuração ainda está pendente — Arizona, Carolina do Norte e Nevada, para ter chances de chegar aos 270 votos no Colégio Eleitoral necessários para se reeleger. Dos cinco estados, o presidente só lidera na Carolina do Norte.

Pouco antes do discurso de Biden, foi divulgado que o chefe de Gabinete de Trump, Mark Meadows, e mais quatro funcionários da Casa Branca estão com o coronavírus.

Biden faz pronunciamento e já fala em políticas públicas
O candidato democrata fez um pronunciamento pouco depois da 1h da manhã deste sábado (hora do Brasil), no qual se disse confiante na vitória e buscou concentrar o foco em nos desafios nacionais, como a Covid-19. Ele lamentou que quase 240 mil americanos já morreram na pandemia, mas afirmou que “muitas vidas poderão ser salvas nos próximos meses”.

— Vamos vencer esta disputa com uma clara maioria, com a nação nos apoiando. Conseguimos mais de 74 milhões de votos, mais do que qualquer chapa presidencial já obteve na História nos Estados Unidos.

Vantagem de Biden aumenta um pouco mais na Pensilvânia
A liderança de Biden na Pensilvânia aumentou para 28.833 votos, ou 0,5 ponto. Se a vantagem ficar acima de 0,5, não haverá recontagem.

Biden deve fazer um pronunciamento ainda na noite desta sexta-feira.

Após nenhum candidato chegar a 50% dos votos, a Geórgia realizará duas votações em janeiro, para definir seus dois senadores.

Numa delas, o senador republicano David Perdue tentará manter sua cadeira contra o desafiante democrata Jon Ossoff. Na outra, uma eleição antecipada, Raphael Warnock disputará contra a senadora Kelly Loeffler.

Tradicionalmente, candidatos democratas não costumam ter bom desempenho em segundos turnos no estado.

Suprema Corte determina que votos na Pensilvânia sejam contados separadamente
A Suprema Corte determinou que votos recebidos na Pensilvânia após 3 de novembro sejam contados separadamente, de acordo com uma ação do Partido Republicano, informou a CNN.

O secretário de estado da Pensilvânia já ordenara que todas as cédulas que chegassem entre quarta-feira, 4 de novembro, e sexta-feira, 6 de novembro, fossem separadas daquelas que chegaram até o dia da eleição, enquanto se aguarda um litígio em andamento, a pedido do Partido Republicano, para decidir a validade desses votos.

A Suprema Corte determinou que a ordem de separação dos votos seja cumprida.

Segundo a CNN, esta quantidade de votos é pequena e não deve influenciar no resultado final.

O Globo