Bolsonaro afunda candidatos no RJ

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Foto: Reprodução/ Correio Braziliense

Nos dez maiores municípios do Rio, que reúnem 70% do eleitorado do Estado onde Jair Bolsonaro e seus filhos têm base política, o presidente da República deve sair das urnas, no domingo, sem qualquer resultado expressivo. Além da capital, onde o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) corre o risco de ficar fora do segundo, apesar da intensa propaganda de associação a Bolsonaro, nenhum outro dos principais colégios eleitorais fluminenses apresenta, segundo as últimas pesquisas, a liderança ou mesmo o bom desempenho de um bolsonarista-raiz.

O candidato apoiado pelo presidente que está mais bem colocado neste grupo das dez maiores cidades – todas com mais de 200 mil eleitores e, portanto, com possibilidade de haver segundo turno – é um político tradicional, o prefeito Washington Reis (MDB), de Duque de Caxias, terceiro maior eleitorado do Estado e o maior da Baixada Fluminense.

Cacique local com pretensões de se candidatar a governador em 2022, Washington Reis tenta o terceiro mandato como prefeito e sua trajetória independe de apadrinhamento de Bolsonaro. É o presidente, por meio do filho mais velho, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), quem se aproximou pragmaticamente, de olho num palanque forte para sua própria reeleição ao Planalto. Washington Reis tem influência em outros municípios da região, como Magé, onde lançou a irmã, Jane Reis (MDB). O prefeito é líder de um clã que elegeu desde 2016 mais três irmãos: um deputado federal, outro estadual e um vereador em Caxias.

Com o mesmo tipo de pragmatismo, a família Bolsonaro se aproximou do prefeito de Belford Roxo. No oitavo maior eleitorado do Estado, o candidato oficial da bancada de deputados bolsonaristas é Júnior Cruz (PSD). Mas, de novo por meio de Flávio, há respaldo à reeleição de Waguinho (MDB). A aliança é tão ecumênica que é compartilhada com ninguém menos que o arquirrival Partido dos Trabalhadores (PT), cuja direção nacional precisou aprovar, pelo apertado placar de 40 votos a 36, o endosso à decisão do diretório municipal.

Em tempos de pulverização de candidaturas, a coligação de Waguinho tem a façanha de reunir 18 partidos das mais variadas colorações ideológicas: dos esquerdistas PT e PDT, passando pelos mais centristas PSDB e Cidadania, até os mais conservadores como Republicanos, PRTB e PSL, por onde Bolsonaro se elegeu há dois anos mais saiu brigado com o presidente nacional da sigla, Luciano Bivar. O prefeito de Belford Roxo chegou a registrar 63% das preferências e a expectativa é que se reeleja no primeiro turno.

Washington Reis e Waguinho são sobreviventes dos escombros do que um dia foi o poderoso MDB fluminense, demolido pelos escândalos de corrupção que puseram na cadeia seus principais líderes, como os ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão e o ex-presidente da Assembleia Jorge Picciani. Em 2016, o MDB elegeu 23 dos 92 prefeitos, seguido pelo PP (19); PL, ex-PR (8); Cidadania, ex-PPS (7); PSB (6); e PDT (5).

Entre os partidos que devem avançar no vácuo deixado pelos emedebistas estão o DEM, do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do ex-prefeito Eduardo Paes, favorito na capital. Assim como o PSD, a sigla elegeu apenas dois prefeitos há quatro anos, mas apostou numa estratégia de filiações que pode representar uma expansão no número de prefeitos.

Sem esse trabalho partidário – pelo contrário, desorganizado e com rachas internos que levaram ao fracassado projeto de formar o Aliança pelo Brasil para concorrer nestas eleições – o grupo de Bolsonaro perdeu a chance de se tornar o protagonista no pós-MDB.

O bolsonarismo-raiz, mais radical, também saiu em desvantagem em corridas municipais em que os temas são mais locais, menos ideológicos, e há muitos prefeitos que buscam a reeleição, numa campanha limitada em meio à pandemia, quando o combate à covid-19 pôs em evidência a gestão dos mandatários. Nos 20 maiores eleitorados do Rio, há 14 prefeitos que buscam a recondução. A proporção é ainda maior nos dez maiores municípios, onde apenas em Niterói não há um prefeito que procura se manter no cargo.

Ali, o candidato da situação é o ex-secretário municipal Axel Grael (PDT), que também montou uma extensa coligação, com 14 legendas, e, de acordo com pesquisa, estaria próximo de se eleger já no domingo. Em Niterói, Allan Lyra (PTC) patina apesar dos apoios da ala radical bolsonarista, entre os quais o deputado federal Carlos Jordy e a ministra Damares Alves.

Com ainda mais folga do que Grael, o prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PP), não deve precisar do segundo turno para confirmar a vitória, deixando para trás a deputada federal Rosângela Gomes (Republicanos), que recebeu apoio da correligionária Rogéria Nantes, ex-mulher de Bolsonaro e candidata a vereadora na capital, e do deputado estadual Anderson de Moraes (PSL), um dos mais ferrenhos bolsonaristas da Assembleia. Sem apoio oficial do presidente, Rosângela levou para sua campanha de rua um Bolsonaro de papelão que virou objeto de fotografias de simpatizantes.

A onda governista, entretanto, não deve atingir, ao que tudo indica, a segunda maior cidade fluminense. Em São Gonçalo, o prefeito José Luiz Nanci (Cidadania) periga ficar bem distante da etapa final, no dia 29. Pesquisas recentes mostram como favoritos, em posições alternadas, Capitão Nelson (Avante), Dimas Gadelha (PT) e Dejorge Patrício (Republicanos). O candidato bolsonarista Roberto Sales (PSD) aparece nas últimas colocações.

Outros nomes chancelados por representantes de Bolsonaro ou que reivindicam a posição de candidatos do presidente são Charles Batista (Republicanos), que concorre em São João de Meriti e cujo vice foi acusado durante a campanha de extorquir um empresário; Elias Montes (PSL), em Petrópolis; e Hermiton Moura (Republicanos), em Volta Redonda.

Em Campos, terra dos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho, dois postulantes, ambos pouco competitivos, disputaram o título de autênticos candidatos bolsonaristas: Tadeu Tô Contigo (Republicanos) e Jonathan Paes (PMB). O deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) deve enfrentar outro filho de político da cidade, Caio Vianna (PDT).

Na cidade do Norte fluminense, mais da metade dos 814 concorrentes ao cargo de vereador ou prefeito requisitaram o auxílio emergencial para mitigar os efeitos da pandemia, embora alguns tenham apresentado patrimônio milionário na declaração de bens enviada ao Tribunal Superior Eleitoral.

Valor Econômico

 

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