Bolsonaro apoiará Paes se Crivella naufragar

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Foto: Reprodução

A três dias das eleições municipais, no domingo, 15, a campanha do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), que busca a reeleição, vive momentos de tensão, conforme VEJA apurou. Além de conviver com brigas internas na equipe, o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus continua estagnado nas pesquisas, contrariando as expectativas de um possível distanciamento do pelotão que disputa a segunda posição na preferência dos eleitores. Até o momento, a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na propaganda eleitoral na TV, no rádio e nas redes sociais não surtiu o efeito esperado. Pior: a rejeição dos cariocas a Crivella disparou – passou de 57% para 62%, segundo Datafolha divulgado na quarta-feira,11. Ele permanece tecnicamente empatado com a deputada estadual Martha Rocha (PDT) e a deputada federal Benedita da Silva (PT). O líder é o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM).

A entrada antecipada de Bolsonaro na campanha de Crivella foi decisão do próprio presidente. Ele só pediria votos ao prefeito e a outros candidatos no segundo turno. No entanto, a ameaça de Martha Rocha ultrapassar Crivella fez Bolsonaro mudar os planos. O presidente teme o crescimento político de Ciro Gomes, aliado da parlamentar e seu futuro adversário na eleição de 2022, no estado do Rio. A situação é tão crítica que no café da manhã com Crivella, em Brasília, em 28 de outubro, Bolsonaro mandou o recado: se ele não for para o segundo turno, o apoio presidencial será a Eduardo Paes.

“O Bolsonaro sabe que as chances de Eduardo Paes e do DEM, de Rodrigo Maia (presidente da Câmara), apoiarem o (governador de São Paulo, João) Doria (PSDB), em 2022, são grandes. Mas o presidente não quer deixar o Ciro Gomes criar asas no Rio, berço eleitoral da família dele. A conversa com Crivella, naquele café da manhã, foi neste sentido”, explica uma fonte a VEJA que circula entre o clã bolsonarista e a prefeitura do Rio. Na última quarta-feira, a Justiça Eleitoral tirou do ar a propaganda de Marcelo Crivella por excesso de participação de Bolsonaro.

Na primeira vez em que citou Crivella na tradicional live no Facebook, em 29 de outubro, Jair Bolsonaro declarou apoio tímido ao prefeito, além de ter elogiado Eduardo Paes. “Que não tenha muita polêmica, não. Se não quiser votar nele (Crivella), fique tranquilo. Não vamos brigar entre nós por causa disso aí porque eu respeito os seus candidatos também”, disparou Bolsonaro. “Nós sabemos que tem mais dois nomes lá (no Rio) concorrendo. Um lá, que é de um partido X, o tal do Ciro Gomes falou que, se ela ganhar, vai ser o chefe da Casa Civil dela. Terrível, né?”, lamentou Bolsonaro aludindo à candidatura de Martha Rocha. O episódio irritou a cúpula da campanha de Crivella.

No dia seguinte à saia-justa, Jair Bolsonaro gravou o programa eleitoral de Crivella. O presidente também designou uma tropa-de-choque para tentar salvar o prefeito de um vexame no domingo. Os deputados bolsonaristas-raiz Otoni de Paula, Carla Zambelli, Anderson Moraes, Alana Passos e Carlos Jordy iniciaram uma série de lives para pedir votos ao bispo licenciado da Universal. Outra estratégia foi reforçar o eleitorado feminino, com as presenças na propaganda de Crivella da candidata a vice-prefeita, a tenente-coronel do Exército, Andréa Firmo, e da primeira-dama do município, Sylvia Jane. Inaugurações de obras também fazem parte do roteiro diário do prefeito para conquistar votos.

Na última semana, Marcelo Crivella apelou, inclusive, para depoimentos de apoio de líderes evangélicos. Entre eles, o missionário R.R Soares (da Igreja Internacional da Graça de Deus), do pastor Joel Suhett (da Igreja Missionária Evangélica Luz do Mundo), do apóstolo César Augusto (da Igreja Fonte da Vida) e do bispo Robson Rodorvalho (da Igreja Sara Nossa Terra).

Na pesquisa Datafolha, Paes ampliou a vantagem que tinha sobre Crivella. O ex-prefeito passou de 30% para 34% das intenções de voto. O prefeito registrou 14%. Martha ficou com 11%. E Benedita marcou 8%. O resultado, mais uma vez, frustrou o prefeito e sua equipe de campanha.

“Via de regra e com base em análises às eleições anteriores, é difícil que o apoio de Bolsonaro a Crivella tenha algum tipo de efeito na eleição municipal. O voto municipal do eleitor é pragmático: ele sai de casa e quer ver a rua varrida, o lixo recolhido, o transporte público funcionando. Há um peso menor do apoio do presidente”, ressalta Márcia Cavallari, CEO do Ibope.

“São os evangélicos que ancoram Crivella nessas eleições. Ele tem maioria relativa entre eles de 28%. A grande questão para Crivella é reverter a avaliação negativa de sua gestão convertê-la em votos. Não é impossível de se reeleger, mas há uma dificuldade de convencimento dessas pessoas”, afirma Alessandro Janoni Hernandes, diretor do Datafolha.

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