Bolsonaro ataca Joe Biden e Evo Morales

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Foto: Alan Santos/PR/Divulgação

O presidente da República, Jair Bolsonaro, teve um dia de fúria nesta terça-feira, 10, durante uma cerimônia para lançar um programa fedederal de incentivo à retomada do turismo. Ele resolveu tecer comentários sobre diversos assuntos do Brasil e do mundo, da eleição de Joe Biden nos Estados Unidos à ascensão dos políticos vizinhos Evo Morales e Christina Kirchner, da “desgraça” da vida de presidente à “geração todinho” de hoje em dia, dos “xiitas ambientais” que travam a economia ao “país de maricas” que “superdimensiona” a pandemia de Covid-19, conforme as suas palavras.

Num momento desabafo, o presidente declarou que a sua vida como governante é uma “desgraça”. “É problema o tempo todo. Não tem paz para absolutamente nada. Não posso tomar um caldo de cana na rua, comer um pastel”, afirmou, dizendo que a cadeira presidencial parece ser feita de “criptonita ou formigueiro”.

De fato, a semana do presidente não deve estar sendo fácil. Os candidatos a prefeito a quem declarou apoio explícito, como Marcelo Crivella (Rio) e Celso Russomanno (São Paulo), vão de mal a pior nas pesquisas eleitorais; a economia brasileira caminha para uma de suas maiores crises; e a sua maior referência no mundo político, o presidente Donald Trump, acaba de ser derrotado numa eleição histórica nos Estados Unidos.

Recorrendo ao medo do que vê como uma ascensão da esquerda no mundo, ele se comparou ao ex-presidente Maurício Macri, que perdeu a eleição na Argentina para Alberto Fernandez, o candidato de Cristina Kirchner. “O Macri é história. Não conseguiu implementar as suas políticas, começou a levar pancada dos seus seguidores, como eu levou também. E aí voltou a turma da Kirchner, Dilma, Maduro, Evo [Morales] que já está de volta na Bolívia. E agora como é que fica a situação? (…) O Brasil não pode ir para esse lado, meu Deus do céu”, disse ele, completando que “não haverá outra oportunidade para mudar o destino do país”.

Num indicativo de que nunca perde de vista a eleição de 2022, Bolsonaro disparou contra a construção de uma candidatura de centro que voltou a ser discutida nesta semana. “Temos que buscar o centro, nem ódio para lá nem ódio para cá. Ódio é coisa de marica, pô. Meu tempo de bullying na escola era porrada. Agora, se chamar o cara de gordo, é bullying”.

Após se manter por dias em silêncio sobre a eleição de Biden, o presidente fez questão de lembrar da fala do democrata sobre a possibilidade de adotar sanções econômicas caso o país não controlasse as queimadas na Amazônia. “Só na diplomacia não dá. Depois que acabar a saliva, tem que ter pólvora. Não precisa nem usar a pólvora, mas tem que saber que tem”, disse o presidente, referindo-se a Biden como um “candidato a chefia de estado”. Bolsonaro é um dos poucos líderes mundiais que ainda não cumprimentou o democrata pela eleição.

Sobre a pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 162.000 brasileiros, o presidente retomou o discurso de que a crise foi “superdimensionada” e foi além ao dizer que o Brasil “tem que deixar de ser um país de maricas”. “Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas”.

Por fim, já tendo uma noção do exagero das suas falas, comentou: “Olha que prato cheio para a imprensa”. E encerrou o discurso, dizendo que não estava preocupado com a sua biografia – “se é que eu tenho uma”, completou – e sendo aplaudido de pé pelos seus ministros de estado.

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