Boulos orça seu governo em R$ 29 bilhões

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Foto: Reprodução

O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, afirmou, durante sabatina do Estadão nesta quarta-feira, 18, que suas propostas prioritárias custariam cerca de R$ 29 bilhões ao longo dos quatro anos. Ele se comprometeu a contratar mais funcionários públicos, entre médicos, guardas civis e procuradores do município. Entre outras metas, o candidato citou a construção de mais corredores de ônibus, como o da Avenida Belmira Marin, na Zona Sul, e de até 100 mil casas populares.

Ao ser questionado sobre a fonte do dinheiro para executar o plano, o candidato afirmou que vai usar o caixa da Prefeitura, que tem R$ 11,2 bilhões livres para investimento, e aumentar a cobrança da dívida ativa do município. Segundo o candidato, procuradores municipais estimam que é possível incrementar a arrecadação em mais R$ 10 bilhões a partir de cobranças de grandes empresas que devem à Prefeitura. Boulos diz que essa meta pode ser alcançada se mais procuradores forem contratados e os processos, digitalizados. Uma terceira fonte de recursos são fundos como o Fundeb e o Fundurb, do governo federal.

“O custo dos programas de investimento, dividido pelos quatro anos, vai dar R$ 29 bilhões. Nos quatro anos. Primeiro: existem R$ 19 bilhões em caixa na Prefeitura. Aproximadamente R$ 8 bi está vinculado a Fundos. Parte dos investimentos vem desses fundos. Consideremos de R$ 10 a R$ 11 bi para investimento. Segundo, vamos retomar a taxa de investimento que a cidade tinha pré-Doria e Covas”, afirmou. “Eu vou retomar a taxa anterior que foi de R$ 20 bi, nos quatro anos. Só isso já daria os R$ 30 bilhões. Uma terceira fonte vai ser a cobrança da dívida ativa da cidade.”

Com isso, afirmou Boulos, seria possível aumentar o ritmo de investimento anual da Prefeitura. Segundo reportagem do Estadão, a Prefeitura investiu cerca de R$ 4,9 bilhões por ano durante a gestão de Fernando Haddad (PT). Nos quatro anos do governo João Doria e Bruno Covas, a taxa caiu para R$ 2,9 bilhões ao ano – em 2020, foi utilizado o recurso empenhado no orçamento.

Segundo ele, seus principais programas são: renda solidária, gratuidade de transportes para estudantes, desempregados e mulheres com criança de colo, contratação de mais médicos, construção de novas creches e investir em moradia popular.

Integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) há cerca de 20 anos, Boulos também rebateu a pecha de “invasor”, que classifica como uma mentira usada contra ele no primeiro turno, e fez duras críticas a grandes empreiteiras da cidade de São Paulo. O candidato do PSOL diz que o setor imobiliário descumpre o Estatuto da Cidade, que garante desapropriação de imóveis para uso social, e que as empresas têm financiado a campanha de Covas para que a lei continue sendo aplicada da mesma forma – o que, para Boulos, significa “vista grossa”.

“Essa lei é sistematicamente descumprida, muitas vezes, porque os interessados em manter o abandono, a especulação imobiliária, grandes empreiteiras, financiam campanhas eleitorais”, disse Boulos, referindo-se ao oponente. “Saíram matérias nos jornais sobre o quanto o setor imobiliário está investindo na campanha do Bruno Covas. Financiam campanhas eleitorais e depois fazem vista grossa.”

A desapropriação de prédios abandonados na cidade, para uso em moradia popular, é uma das questões centrais na proposta do PSOL na revisão do Plano Diretor prevista para o ano que vem. O candidato disse que pretende “ter normativas que combatam a desigualdade territorial em São Paulo”. Para isso, ele propõe trazer mais moradias para população de baixa renda no centro da cidade e, ao mesmo tempo, estimular a criação de empregos nos bairros de periferia. “Criar oportunidades de trabalho na periferia não só reduz desigualdades sociais, mas no trânsito. É bom para a cidade toda”, disse Boulos.

Boulos afirmou que seu oponente no segundo turno, Bruno Covas (PSDB), reedita a campanha pelo voto “BolsoDoria” nestas eleições. Isso porque Covas recebeu o apoio de Celso Russomanno (Republicanos), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro no primeiro turno da disputa e que terminou em quarto lugar.

Boulos chamou o embate público entre o governador João Doria (PSDB) e Bolsonaro, que romperam no ano passado e já fizeram diversas críticas um ao outro, de “briga de compadre”. O candidato do PSOL garantiu que usará figuras do campo da esquerda como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em sua propaganda política para contrapor com seu adversário.

“Agora, quando chegou no segundo turno e afunilou, voltou o BolsoDoria na aliança Russomanno-Bruno Covas”, disse. “Ontem (terça) começou a reedição do BolsoDoria. O Bolsonaro apoiou o Russomanno, o Doria apoia o Bruno Covas. Eles estão com alguns problemas, aquela coisa de briga de compadre.”

Boulos evitou antecipar qualquer nome de futuros secretários em um eventual governo na Prefeitura, caso ganhe as eleições. Após receber apoio formal de PT e PCdoB, o candidato disse que está em diálogo com ao menos outros três partidos: PSB, PDT e Rede Sustentabilidade.

Segundo Boulos, a participação de aliados no governo é natural, mas isso não deve se limitar a partidos. Ele citou especialistas que têm contribuído com ideias na elaboração de seu plano de governo e propostas, como urbanistas, médicos e procuradores. O candidato diz que “as alianças se pautam por programa, por projeto”. “Indicar secretário antes dá azar”, disse Boulos. “Não vou antecipar composição de secretarias, acho que isso não é correto dentro de um processo eleitoral.

Estadão 

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