Boulos promete revisar tudo, mas sem “rasgar contratos”

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Foto: Claudio Belli/Valor

O candidato do Psol à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, afirmou ontem que, se eleito, vai revisar um a um os contratos que o município tem para concessões, privatizações e parcerias com Organizações Sociais. Apesar da disposição em verificar os contratos, Boulos disse que não tomará nenhuma ação “intempestiva”. “Eu não vou chegar na prefeitura e sair rasgando as coisas. Isso não existe, isso é mistificação”, afirmou Boulos durante em entrevista em “live” promovida pelo Valor e transmitidas nas redes sociais do jornal.

Segundo Boulos, a revisão terá como critérios verificar se há irregularidades nos contratos e se eles atendem o interesse público. O candidato deu como exemplo caso investigado pelo Tribunal de Contas do Município em que uma Organização Social de saúde recebeu R$ 3 milhões para gerir uma Unidade Básica de Saúde na zona leste da cidade que estava fechada. Não visão de Boulos, contratos como esse significam problema de gestão e, se ele como prefeito não fizer nada, estará prevaricando.

“Em casos em que a gente tenha suspeita de irregularidade, de dano ao erário público ou de problemas sérios de prioridade do que a nossa gestão tem para São Paulo o que nós vamos propor é revisões”, afirmou Boulos.

As concessões no Parque do Ibirapuera foram outro exemplo lembrado por Boulos. “Colocaram catraca e passaram a cobrar R$ 10 o estacionamento. Eu não acho que isso sirva ao interesse público.”

Questionado sobre como vai lidar com o setor privado se for eleito, Boulos disse que dará transparência ao relacionamento entre prefeitura e empresas e que vai buscar atrair investimento aumentando o poder de compra dos paulistanos. A proposta econômica central do candidato é criar o Renda Solidária, benefício com valor mensal entre R$ 200 e R$ 400.

“Uma cidade pujante economicamente como São Paulo precisa também do investimento privado. A melhor forma da prefeitura atrair o investimento privado é aquecendo a demanda. Ninguém investe numa cidade que tá com as pessoas quebradas”, explicou. “O investimento está associado à demanda e nós vamos aquecer a demanda e retomar a economia da cidade no pós-pandemia.”

Boulos afirmou torcer para que não haja uma segunda onda de covid-19 na cidade, mas considerou “negacionista” a atitude do prefeito Bruno Covas (PSDB). “Não tenho condições de dizer se estamos ou não em uma segunda onda. Eu não sou especialista. Aliás, o que de pior aconteceu no Brasil foi esse espetáculo de político achando que tem CRM, [o governador João] Doria e [o presidente Jair] Bolsonaro fazendo politicagem”, disse. “O aumento do número de internações e o cenário internacional no mínimo são um indício de que pode vir uma segunda onda. E Bruno Covas está numa linha negacionista.”

O candidato do Psol afirmou que, se eleito, fará revisões no Sampaprev, a previdência dos servidores municipais. O sistema foi alterado na gestão do PSDB, com aumento de alíquota e a criação de um fundo de investimento para onde vão as contribuições.

Guilherme Boulos não detalhou, no entanto, o que pretende mudar no Sampaprev. Disse apenas ser a favor da progressividade. “Minha principal crítica à forma como foi feito o Sampaprev é que foi feito algo que atacou mais aqueles servidores que estão na base. É por isso que o nosso programa tem compromisso em mandar um projeto de lei para a Câmara para revisão do Sampaprev.”

O candidato disse que vai buscar, na previdência municipal, “o maior equilíbrio possível” e que vai se guiar por duas premissas: a de que servidores devem ser valorizados e de que a aposentadoria é um direito social fundamental.

Boulos deixou claro na “live” considerar que comandar a Prefeitura de São Paulo é uma posição de liderança política nacional. Ele destacou que a cidade tem o quinto maior Orçamento do país, maior que o de muitos Estados e que, por isso, o prefeito tem forças para buscar junto ao governo federal e ao Congresso investimentos e oportunidades para a cidade. “São Paulo é uma cidade que pela sua pujança econômica permite ao prefeito, mesmo em condições adversas – como Luiza Erundina (Psol), que governou a cidade tendo José Sarney (MDB) como presidente -, fazer muito pela cidade e atuar como liderança política.”

Boulos citou que, como prefeito, iria, por exemplo, à Câmara dos Deputados lutar contra propostas de reforma tributária que tirem recursos da cidade. “Tem que ter autoridade. O prefeito de São Paulo precisa ter força e liderança política para defender o interesse da cidade em outras instâncias.”

Questionado sobre o relacionamento que terá com Bolsonaro, se eleito, Boulos disse que terá um posicionamento “institucional” e “republicano”. “Não vou representar apenas as minhas opiniões. Vou representar a cidade. E vou fazer todo o esforço que estiver ao meu alcance para trazer investimentos e oportunidades para o povo de São Paulo. Espero que Bolsonaro tenha essa mesma atitude.”

Valor Econômico

 

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