Boulos usará Erundina contra acusações de inexperiência

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Foto: reprodução / Twitter

Com dez minutos por dia de horário eleitoral gratuito em rádio e televisão para deixar o recado ao eleitor, os candidatos que disputam o segundo turno em São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol), devem adotar estratégias distintas na propaganda que começa amanhã.

Covas, que teve o maior tempo de televisão no primeiro turno, deve ser mantido como o único personagem das peças e vai enfatizar sua trajetória política e experiência administrativa em contraponto a Boulos. O candidato do Psol nunca exerceu cargos no Executivo ou no Legislativo. Já Covas começou na política institucional aos 23 anos.

De acordo com colaboradores do prefeito que atuam na campanha, a intenção é que a linha siga a mesma, com Covas como o único protagonista das peças. Nenhum apoiador dele apareceu em vídeo no primeiro turno, o que gerou críticas sobre a decisão de não trazer o governador de São Paulo, João Doria, para dentro da campanha. A coordenação da campanha tucana trata esse tema como uma “não questão”.

“O prefeito não precisa de muletas. Talvez o Boulos precise mais mostrar os aliados dele para passar credibilidade”, alfinetou um aliado do tucano. A intenção do PSDB é manter uma campanha mais propositiva, explorando os desafios dos próximos quatro anos de gestão e como Covas pretende enfrentá-los. Outra linha é enfatizar valores políticos do prefeito, como o comprometimento com a democracia.

Sobre a possibilidade de se adotar um tom mais agressivo em relação a Boulos, associando-o a uma imagem de radical da esquerda, os tucanos são evasivos: “Segundo turno é comparação, mas não tem cavalo de pau na campanha. A crítica vai acontecer; se vai ser com murro na cara ou pela política, vamos ver. Toda ação tem uma reação”, pontuou um dirigente que está no entorno da coordenação da campanha.

“Vamos manter o bom nível do primeiro turno. É possível fazer crítica, comparar currículos, verificar o que cada um já construiu ou destruiu na cidade de São Paulo, sem ter que fazer alegorias”, disse Covas.

Os indicativos são de que a ex-prefeita Marta Suplicy e outros aliados de Covas não apareçam no programa de televisão. “Até o Papa Francisco agrega de um lado e desagrega do outro”, brincou um amigo do prefeito.

Em relação à covid-19, o PSDB, por enquanto, não acha necessário fazer qualquer menção a uma eventual segunda onda da doença. Covas disse ontem que os dados mostram estabilidade na capital e que não há razão para pânico, mas pediu que a população continue agindo com cautela. Se o tema surgir por insistência do adversário, o PSDB pretende mostrar Covas como o prefeito com melhores condições administrativas para enfrentar o coronavírus.

O PSDB reconhece que Boulos tem como ativo o fato de ser desconhecido. Há, ainda, uma outra avaliação de que o candidato do Psol foi poupado no primeiro turno, passou incólume, enquanto Covas virou saco de pancada. Ainda que Boulos se mostre como um político mais moderado, o PSDB acha que ele pode ser ácido nas críticas a Covas. Mas os tucanos esperam “fidalguia” e avisam: bateu, levou.

A campanha de Boulos aposta no aumento da exposição na TV para alavancar o crescimento já registrado nas pesquisas. No primeiro turno, o candidato tinha 17 segundos a cada bloco e duas inserções diárias. Covas tinha 3min29s e 29 inserções. Agora, cada um terá cinco minutos por bloco e 25 inserções diárias. A equipe de marketing foi reforçada nesta semana e as gravações começaram ontem.

Ao contrário de Covas, Boulos dividirá o programa com sua vice, a deputada Luiza Erundina (Psol). Responsável pelo marketing da campanha, Chico Malfitani disse que a ideia é mostrar a combinação entre a juventude e militância social de Boulos com a experiência de Erundina, ex-prefeita de São Paulo. “A união de Boulos com Erundina é a fortaleza da campanha”, afirmou Malfitani, que fez a campanha de Erundina em 1988. O apoio de lideranças nacionais de esquerda, como Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes (PDT), Flávio Dino (PCdoB) e Marina Silva (Rede) também será exibido.

A propaganda destacará o fato de Boulos ter optado por viver há 20 anos na periferia, apesar de ter nascido em uma família de classe média alta, e sua luta por moradia para os mais pobres, como líder do MTST. A campanha procurará “desmistificar” a pecha de radical de Boulos por sua atuação no movimento dos sem-teto.

O foco, no entanto, serão as propostas e a propaganda reforçará no combate à desigualdade social. Entre as propostas, estão a criação de 50 mil vagas em frentes de trabalho e um programa de distribuição de renda para cerca de um milhão de famílias, entre R$ 200 e R$ 400.

O responsável pelo marketing da campanha do Psol disse que serão propagandas “sem ataques e sem inventar nada”. “Será uma campanha de esperança, sem ódio. A criminalização da política não serviu ao país. Não terá golpes baixos. A população está cansada de campanha de baixo nível”, disse Malfitani “Vamos explorar o fato de que a maioria quer mudança.”

A receita que cada campanha terá para fazer o segundo turno é muito distinta até agora. A candidatura de Covas registrou ter recebido R$ 15,3 milhões e tem despesas contratadas de R$ 17,9 milhões. Foram gastos R$ 10,47 milhões com a produção de programas de TV, rádio ou vídeo, segundo dados registrados no Tribunal Superior Eleitoral até a noite de ontem.

Já a campanha de Boulos arrecadou R$ 3,95 milhões e contratou despesas no valor de R$ 3,3 milhões. Os gastos com a produção de programas de TV, rádio ou vídeo foram de R$ 682,9 mil, de acordo com o que foi declarado à Justiça Eleitoral.

Valor Econômico

 

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