Boulos vira alvo de Covas, Russomanno e França

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Foto: Reprodução

O candidato Guilherme Boulos (PSOL) virou alvo dos adversários em debate do jornal Folha de S.Paulo entre os candidatos à prefeitura de São Paulo nesta quarta-feira.

Segundo o levantamento mais recente do instituto Datafolha, Boulos aparece em segundo lugar e em situação de empate técnico com Celso Russomanno, do Republicanos, e Márcio França, do PSB.

A estratégia dos rivais foi investir na desconstrução da imagem de Boulos, que chegou a protagonizar embates com o prefeito Bruno Covas (PSDB), que é líder isolado nas pesquisas. O tucano também foi muito atacado no primeiro bloco, mas a briga esquentou foi no segundo pelotão, já que Boulos e França cresceram nas pesquisas e aparecem na cola Russomanno. Os três estão na briga pelo segundo turno.

Boulos deu início as provocações ao colar a imagem de Covas no governador João Doria (PSDB) e questionar a ausência do tucano na campanha, cuja rejeição é alta na capital.

-Eu quero saber se o Bruno bota a mão no fogo pelo Doria – indagou Boulos.

Covas reagiu e trouxe à tona a inexperiência em cargos públicos do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

-Boulos, desculpa. Mas a diferença entre vender sonho e vender realidade é a consciência da situação. Falar bonito é fácil. Só que tem que conhecer os números da cidade – disse Covas.

Boulos rebateu e lembrou que traz consigo a experiência da ex-prefeita Luiza Erundina, que é a sua vice:

-Eu não vou governar sozinho. Tenho ao meu lado a Erundina, a melhor prefeita que São Paulo já teve. E tenho sensibilidade social, enquanto o PSDB tem um legado duvidoso, marcado por escândalos de corrupção – afirmou.

França adotou expediente semelhante. Explorou a juventude de Boulos, disse que ele apenas sabia liderar um movimento de moradia e sugeriu que parasse de copiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e concorresse a cargos proporcionais, como vereador e deputado para se cacifar.

Em forte queda nas pesquisas, Russomanno se lançou no papel de franco-atirador e num tom ríspido levantou suspeitas sobre empresas contratadas pela campanha do candidato do PSOL. Ele chegou a sugerir que os prestadores de serviço eram fantasmas. A mesma denúncia feita pelo candidato foi postada no Youtube no decorrer do debate pelo blogueiro Oswaldo Eustáquio, que chegou a ser preso em investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) por fake news.

Boulos pareceu surpreso e não respondeu concretamente inicialmente do que se tratava a acusação. Russomanno voltou a perguntar de novo ao candidato e no final do debate, o líder de moradia disse que a acusação não se sustentava e não havia sido feita por nenhum órgão de imprensa, apenas por pessoas ligadas ao candidato.

Russomanno foi pouco atacado. Desta vez, ele não apresentou as teses bolsonaristas e a defesa entusiática do negacionismo sobre a vacina contra o novo coronavírus produzidas pelo Instituto Butantan. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro, seu padrinho político, quase não apareceu em suas falas.

A gestão Covas também se viu na mira dos adversários. O candidato foi acusado de fazer um governo com pouco olhar para a área social e a população mais pobre. Ao se defender, o prefeito procurou ressaltar suas experiência e citou uma série de números da administração sugerindo que os rivais falam, mas não sabem como fazer.

Inicialmente, Covas evitou responder sobre a razão de Doria não aparecer em sua campanha. Mas ao ser questionado por Russomanno, o tucano reiterou que o governo está ocupado com a gestão do estado e aproveitou para revidar e lembrar que ministros do governo Bolsonaro participam da campanha do candidato do Republicanos quando deveriam estar em suas funções em Brasília.

-Eu não tenho nenhum problema com com o apoio do governador João Doria. Estranho seria o governador parar tudo para fazer campanha, como a gente vê os ministros saindo de Brasília e vindo fazer campanha em São Paulo – disse Covas.

O tucano também ainda se viu diante de denúncias sensíveis contra seu vice e vereador Ricardo Nunes, investigado por participar de um esquema de máfia das creches. Após o assunto ser tratado por Russomanno e França, Covas defendeu sua política para educação infantil. Ele afirmou que reduziu filas.

Evitando ataques mútuos de olho num segundo turno, França e Russomanno fizeram tabelinha para atacar Covas. Em tom jocoso, o candidato do PSB perguntou ao deputado federal se abandonar mandato fere o direito do consumidor. A fala fazia alusão a Doria, que deixou a prefeitura em 2018 para disputar o Palácio dos Bandeirantes.

-Celso, você é um especialista em direito do consumidor. Se um eleitor de outra cidade votou em você para deputado e você prometeu quatro anos de mandato. Se você se elege (para prefeito), renuncia e entrega dois. Dá para ir reclamar no Código do Consumidor? – disse França.

Russomanno riu e França complementou que cumpriu até o final todos os seus mandatos.

O debate contou com a presença dos quatro candidatos mais bem colocados na última pesquisa de intenção de voto do Datafolha, publicada no dia 5. Segundo o levantamento, Covas aparece isolado na primeira posição com 28%. Em seguida, Russomanno tem 16% e em empate técnico com Boulos, com 14%, e França, que tem 13%. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

O Globo 

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