Covas vê apoio de Russomanno sem bolsonarismo

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Foto: Reprodução / Uol

As campanhas do prefeito Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol), candidatos que disputam o segundo turno em São Paulo, fazem malabarismos políticos para que apoios recebidos nesta fase da disputa não afastem o eleitor simpatizante do centro. Covas recebeu o apoio do Republicanos, partido do deputado federal Celso Russomanno, que se aliou ao presidente Jair Bolsonaro. Mas o PSDB quer se manter distante do bolsonarismo. Já Boulos recebeu oficialmente hoje o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, mas o Psol não quer dar protagonismo ao petista na campanha, até para o candidato não ser acusado de representar uma linha de transmissão do lulismo.

A coordenação de campanha de Covas já dava como certo o apoio do Republicanos. A executiva municipal do partido divulgou nota, no início da noite, confirmando o apoio no segundo turno a Covas. “O partido entende que a moderação e o equilíbrio são fundamentais para que a cidade possa avançar e que Bruno Covas é a pessoa mais preparada para isso”, diz a nota, assinada pela executiva local e por Russomanno.

Apoiado por Bolsonaro, Russomanno terminou em quarto lugar na disputa, com 10,5% dos votos. O Republicanos deve divulgar uma nota oficial de apoio agora à tarde, mas a direção do PSDB confirma que o apoio já está fechado. Como o partido já é da base de governo de Covas e do governador João Doria, em São Paulo, a adesão era esperada. Ao longo da campanha no primeiro turno, como mostrou o Valor, o Republicanos foi gradualmente se descolando de Russomanno e havia muito mais engajamento dos políticos da sigla com a candidatura do PSDB.

Lula e o PT formalizaram o apoio ao candidato do Psol à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, nesta terça-feira. O Psol, no entanto, pretende diluir a presença de Lula e do PT em uma frente ampla de esquerda, com nomes como o do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), Flávio Dino (PCdoB), Marina Silva (Rede) e de lideranças nacionais do PSB, para minimizar ataques da campanha do PSDB. Boulos, por sua vez, já tenta associar Covas ao bolsonarismo.

Lula convocou a militância petista a votar em Boulos. “Todos os eleitores e eleitoras que votam no PT, todos os eleitores que são de esquerda, todos os eleitores progressistas, todos que querem restabelecer a democracia no Brasil, tem agora o compromisso histórico de votar no companheiro Guilherme Boulos para prefeito de São Paulo”, afirmou o ex-presidente, em mensagem publicada no Twitter hoje. Nesta terça-feira, o PT nacional também formalizará apoio ao candidato. Ontem, o diretório municipal petista já havia anunciado que estará junto com Boulos.

Hoje pela manhã Covas participou de um café da manhã na sede do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (SINDNAPI). O melhor desempenho do tucano é observado entre eleitores mais velhos. Há, inclusive, uma avaliação do PSDB de que o alto índice de abstenção, por conta da pandemia de covid-19, possa ter prejudicado um pouco o desempenho de Covas na reta final. O prefeito enfatizou que há compromisso de sua gestão com a terceira idade e destacou a criação de salas para atendimento de idosos em UBS (Unidades Básicas de Saúde) na capital.

Covas vai passar boa parte do dia gravando os programas eleitorais da segunda fase da disputa. O partido tenta, ainda, articular o máximo de apoios de siglas da direita. Apesar do apoio do Republicanos, Russomanno não terá nenhuma atuação na campanha, sobretudo por ter associado sua figura à de Bolsonaro.

O candidato do PSDB também recebeu o apoio pessoal de Andrea Matarazzo, que disputou a prefeitura pelo PSD. “Reitero que se trata de escolha pessoal de Matarazzo, não de apoio formal”, esclareceu a assessoria do candidato. O PSD não oficializou nenhuma decisão ainda. Matarazzo deixou o PSDB brigado com os tucanos, reclamando da falta de espaço no partido. Ele terminou em oitavo lugar na disputa, com 1,55% dos votos válidos.

Um dos focos de atenção do PSDB é o eleitor evangélico. Dois dias antes do primeiro turno, como revelou o Valor, Covas telefonou para o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal. Macedo já deixou claro, em posts nas redes sociais, que a única opção da Universal em São Paulo é o apoio a Covas.

Lula defendeu o apoio ao candidato do Psol antes mesmo do fim do primeiro turno. No domingo, o ex-presidente culpou o candidato do PT, Jilmar Tatto, por não pregar o voto útil em Boulos e manter a candidatura na capital. Tatto terminou em sexto lugar. Derrotado nas urnas, Tatto deve ser o articulador do apoio de parlamentares e de lideranças petistas a Boulos.

Boulos deve fazer nesta quarta-feira uma caminhada no centro da cidade com Jilmar Tatto e Orlando Silva (PCdoB). O candidato do Psol busca ainda o apoio do PSB e da Rede. Os dois partidos foram procurados também pela campanha do prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), e devem anunciar até quinta-feira a posição no segundo turno.

Ciro Gomes (PDT), outro presidenciável, já anunciou o apoio a Boulos. O PSB, partido de Márcio França, que terminou a disputa em terceira posição, iria definir a posição hoje, mas adiou o debate para quinta-feira. Há discordâncias internas e a tendência é que França siga neutro, mas que o seu partido anuncie o apoio formalmente.

Hoje, o presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros, negociou com a direção municipal do PSB. “As conversas estão em curso e são promissoras”, disse Medeiros, que cuida da articulação política da campanha. Ontem, Boulos ligou para o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que jogou a decisão para o diretório de São Paulo.

O presidente nacional do Psol tem negociado também com o Rede, para atrair a ex-senadora Marina Silva. “Queremos uma união com todos os partidos que fazem oposição ao presidente Jair Bolsonaro”, disse Medeiros.

Valor Econômico

 

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