Falha em sistema favorece fraudes na Saúde

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Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

As falhas nos sistemas de informática do Ministério da Saúde completam uma semana e continuam enfrentando empecilhos para serem normalizadas. Agora, os problemas afetam uma parte crucial e causam blecaute na transparência com gastos públicos.

O Metrópoles apurou que das 16 plataformas de prestação de contas do Localiza SUS, canal de divulgação do Ministério da Saúde para gastos, compras, contratos e estoques — por exemplo, de testes e remédios — referentes à pandemia, somente quatro estão operando. Ainda assim, apresentam instabilidade interna e de acesso público.

A pasta aponta que o maior prejuízo, até o momento, é para a consolidação dos dados da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Ao menos sete estados, segundo fontes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), reportaram oficialmente comprometimento total ou parcial no cadastramento de casos.

A origem dos problemas ainda é desconhecida. A pasta informa apenas que identificou a existência de vírus em algumas estações de trabalho em 5 de novembro. Continuam bloqueados o acesso à internet, bem como às redes e aos sistemas de telefone. Segundo a pasta, até o momento, não há indícios de que o vírus seja uma tentativa de invasão de hackers.

Após os problemas, o acesso aos dados do Localiza SUS ficou comprometido. Na tarde dessa quarta-feira (11/11), por exemplo, os painéis Saldos, Compras e Contratos, Open Data SUS e Covid-19 funcionavam, mas apresentavam falhas em filtros e acessos.

A mesma dificuldade é enfrentada pelas secretarias de Saúde. As pastas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Cataria e Rio Grande do Sul tiveram dificuldades em notificar os novos casos de Covid-19 e as mortes causadas pela doença na manhã dessa quarta-feira (11/11).

No mesmo período de falhas no Ministério da Saúde, outros órgãos do governo federal sofreram ataques de hackers. Um dos exemplos mais expoentes é do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que teve arquivos roubados.

Para o diretor-presidente do Instituto Operação Política Supervisionada (OPS), voltado para a fiscalização de gastos públicos, Lúcio Big, uma falha como essa coloca em xeque não apenas os dados que possam ter sido sequestrados – e consequentemente perdidos se o sistema de backup não possuir a qualidade que se espera –, mas também a qualidade das informações que serão apresentadas à sociedade após a resolução dos problemas.

O especialista afirma que, infelizmente, não é possível evitar ataques de hackers, que muitas vezes parecem estar um passo à frente. “No entanto, é possível garantir a integridade das informações com sistemas de segurança de ponta e rotinas rígidas de trabalho cumpridas à risca”, analisa Big.

“Pelo menos é isso que a sociedade espera de um governo que gasta anualmente algo em torno de R$ 150 milhões apenas com publicidade”, critica.

O Data SUS, departamento de informática do Sistema Único de Saúde (SUS), confirma que alguns serviços, painéis e portais apresentados pelo Localiza SUS podem se encontrar temporariamente indisponíveis, devido às ações para “revisar todas as camadas de segurança dos sistemas”.

“O Data SUS reforça o compromisso em promover modernização por meio da tecnologia da informação para apoiar o Sistema Único de Saúde, garantindo a segurança e integridade dos dados inseridos nos sistemas. Em breve, todos os serviços ofertados pelo Localiza SUS estarão novamente disponíveis”, explica, em comunicado interno.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que a plataforma do Sivep-Gripe, que registra os casos de coronavírus, está normalizada desde a última terça-feira (10/11), permitindo que todos os estados continuem atualizando os registros no sistema. “Em relação aos dados do Painel Covid-19, a previsão é que sejam atualizados até o fim desta semana”, ressalta o texto.

Já sobre as plataformas do Localiza SUS, a pasta informou que “nenhum dado foi alterado e todos permanecem preservados”. “A equipe do Data SUS atuou de forma preventiva na proteção dos servidores e dados da pasta, o que garantiu a integridade e impediu o vazamento de dados sensíveis”, conclui o ministério.

Metrópoles

 

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