Fantástico ignora Lula e só cita Dilma sobre desigualdade

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Foto: Reprodução

Distribuição de renda é um tema econômico, mas determinado pela política, com implicações diretas na vida das pessoas. Num momento de terrível aumento da desigualdade no país, o “Fantástico” teve a coragem de exibir uma longa e sensível reportagem sobre o assunto, mostrando o impacto da crise sobre as famílias.

Mas, ao revisar a história dos últimos 20 anos, a matéria deixou lacunas importantes e atribuiu responsabilidades limitadas, passando a impressão de ter um viés político.

A repórter Sonia Bridi merece todos os elogios por ter conseguido explicar de forma didática, apelando a um recurso visual inteligente, que diminuir a desigualdade não é apenas uma questão de mérito.

 

O mesmo poder de síntese não aparece em outras passagens. Ao resumir em apenas três frases cinco décadas de políticas de distribuição de renda, Bridi disse: “O abismo entre ricos e pobres no Brasil sempre existiu e ficou maior durante a ditadura militar. Depois da Constituição de 88 começou a diminuir. A queda se acelerou mesmo nos anos 2000”.

A repórter evitou explicar claramente o que ocorreu nos anos 2000 – o rescaldo de medidas do governo FHC (1995-2002), como o Bolsa-Escola, e a adoção de uma série de políticas do governo Lula (2003-2010), em especial o Bolsa Família.

Bridi encerrou a explicação com uma quarta frase: “E um novo fenômeno surgia…”, dando a deixa para a entrada de Ernesto Paglia, em uma reportagem de 2010, dizer: “a nova classe média brasileira; 27 milhões de novos cidadãos consumidores”.

Antes, a repórter citou a presidente Dilma (2011-2016): “Em 2015, o Brasil entrou em recessão. Os pobres ficaram ainda mais pobres. Mas a riqueza de quem já tinha uma vida confortável até cresceu (…). Mas aí chegou a crise. Era o governo Dilma Rousseff. Entre 2015 e 2016, o PIB encolheu 9%. Seis milhões de brasileiros perderam o emprego”.

Nenhum outro governante foi mencionado na reportagem, ainda que sejam citados dados até 2019, o que inclui os governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019).

Todas as demais menções a políticas governamentais foram feitas sem identificação de responsáveis. Frases assim: “Mas em 2016, a desigualdade começou a subir de novo em consequência da crise.” Ou: “As políticas sociais ficaram de lado depois de 2015. O valor de benefícios começa a cair. As pessoas ficam mais pobres.”.

Ou ainda, “Em 2019 seguiu a mesma tendência”. E também: “Depois de 2015, com o Brasil já em recessão, houve cortes nos recursos destinados a programas sociais”.

Na sequência da apresentação destes dados, a reportagem seguiu em frente, num total de 14 minutos, contando histórias reais, de gente que viu a renda diminuir e deixando claro o impacto que os programas sociais têm sobre as populações mais carentes.

Foi uma abordagem emocionante, concluída com a defesa do aumento da taxação sobre os muito ricos e a exibição dos esforços de três mulheres, que estão buscando soluções originais para recuperar a renda.

Uol 

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