Geórgia vira centro da política americana

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Foto: Rebecca Cook – 03.nov.2020 / Reuters

Não importa se será o republicano Donald Trump ou o democrata Joe Biden a vencer a corrida presidencial no estado da Geórgia. A região já se garantiu como centro do universo político no início de 2021.

Com praticamente todos os votos apurados no estado, parece agora muito possível que a Geórgia tenha não uma, mas duas disputas pelo Senado em janeiro. Se os números do restante do país se mantiverem, elas vão decidir qual partido controlará o maior órgão deliberativo do mundo pelos próximos dois anos.

Como chegamos aqui? Bem, a Geórgia tem uma lei estadual que determina que, se nenhum candidato receber uma maioria simples dos votos nas eleições de novembro, os dois nomes mais votados avançam para um segundo turno no dia 5 de janeiro. É exatamente isso que parece estar acontecendo com os dois assentos do Senado em disputa no estado.

A senadora republicana Kelly Loeffler ficou em segundo lugar, atrás do democrata Raphael Warnock na primeira corrida, uma eleição especial para preencher a vaga deixada pelo republicano Johnny Isakson, que se aposentou, até 2022. Nenhum dos dois chegou perto de 50% dos votos e vão se enfrentar em janeiro.

Na outra disputa, o republicano David Perdue parecia, durante as primeiras 36 horas após o fechamento das urnas, ter evitado um segundo turno contra o democrata Jon Ossoff, já que sua parcela de votos oscilou ligeiramente acima de 50%. Mas conforme os votos de áreas perto de Atlanta começaram a ser contabilizados, Perdue ficou um pouco abaixo dos 50%, tornando o segundo turno mais possível.

Agora, vamos considerar a matemática mais ampla do Senado. Neste momento, os democratas conquistaram apenas uma cadeira nas eleições de 2020. Nomes democratas venceram no Colorado e no Arizona, mas Doug Jones perdeu no Alabama.

Assentos considerados potencialmente de virada para os democratas, como em Maine e Iowa, não se concretizaram. E na Carolina do Norte, o republicano Thom Tillis continuará a manter uma pequena e estável margem sobre o democrata Cal Cunningham, embora a apuração não tenha acabado.

Se Biden acabar levando a presidência – o que parece mais provável a esta altura –, os democratas vão precisar ganhar três assentos para obter a maioria. Se o mapa se mantiver como agora, isso significaria que se houver essas duas vitórias dos democratas na Geórgia, eles retomariam o controle do Senado.

Pode acontecer? Claro que pode. É o resultado mais provável? Dado o que vimos em termos de força inesperada dos candidatos republicanos nas disputas pelo Senado, não é.

Mas não se engane: partidários (e doadores) dos dois partidos podem fazer a conta que acabamos de fazer, o que significa que eles também estão cientes dos altos risco para o Senado (e o país) que a Geórgia representa pelos próximos meses. Com isso, milhões e milhões de dólares serão injetados nessas duas disputas e elas terão a cobertura de uma mini corrida presidencial pela imprensa do estado e do país.

Evitar essas duas possíveis disputas é praticamente impossível neste momento por causa do nível de incerteza na corrida presidencial – e principalmente na Geórgia. Se Biden vencer a eleição no estado, e essa é uma possibilidade, então os democratas vão poder se animar para o segundo turno.

Ou talvez os republicanos, que há muito tempo consideram a tendência conservadora no estado como certa, vejam as duas disputas pelo Senado como uma chance de reafirmar a tendência ideológica do estado. Além disso, com a quantidade de dinheiro e a atenção nacional da imprensa que terão os quatro candidatos, é difícil saber quem vai triunfar e quem vai ser derrotado.

O que sabemos com certeza é que a eleição de 2020 – e a batalha pela maioria no Senado – está longe de acabar. E a Geórgia é o próximo campo de batalha.

CNN Brasil

 

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