Maia deve mesmo se candidatar à reeleição

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Foto: Cristiano Mariz

Aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já se mobilizam para construir sua candidatura à reeleição, em fevereiro de 2021. O assunto foi tratado em reunião ocorrida na casa de Maia, na noite de terça-feira, 3, após diagnósticos preocupantes sobre crise política e econômica, avanço do Centrão na Esplanada e impacto da disputa pela Casa Branca no governo de Jair Bolsonaro.

O grupo de Maia trabalha com um cenário no qual o Supremo Tribunal Federal (STF) lavará as mãos e decidirá tratar a eleição para o comando da Câmara e do Senado, marcada para fevereiro de 2021, como assunto a ser resolvido pelo próprio Congresso. Sem um nome competitivo até agora para enfrentar o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), candidato à presidência da Câmara com a chancela de Bolsonaro, os “rodriguetes” avaliam que o próprio Maia deve enfrentar o líder do Centrão.

O argumento usado por políticos, no encontro de terça-feira, foi o de que não se pode entregar a Câmara para o Centrão. Em um passado não muito distante, esse bloco de partidos foi carimbado por Bolsonaro como “velha política”, mas hoje apoia o presidente e tem cada vez mais ampliado sua fatia de poder com a ocupação de cargos. “Num governo sem rumo como o de Bolsonaro, ganhar a Câmara é o mesmo que ganhar o controle do governo”, disse ao Estadão um dos participantes da reunião. “As circunstâncias exigirão a candidatura de Maia”.

O presidente da Câmara tem afirmado que não é candidato à reeleição. Nos últimos dias, no entanto, mudou um pouco o tom e disse apenas que não é hora de tratar do assunto. Nessa toada, acusou a própria base do governo de estar obstruindo votações importantes na Casa no momento em que a economia parece estar entrando em colapso. Por causa dessa tensão entre os grupos de Maia e Lira, até agora a Comissão Mista de Orçamento (CMO) não foi instalada. A briga pelo comando da CMO tem como pano de fundo a disputa por votos para a presidência da Câmara, a menos de três meses.

Marcaram presença na reunião de terça à noite com Maia dois deputados do seu grupo com interesse em concorrer à cadeira ocupada por ele: Baleia Rossi (SP), presidente do MDB, e Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB), adversário de Lira. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) também chegou para a conversa, assim como os ministros do Supremo Gilmar Mendes e do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

A certa altura houve ali comentários sobre o aumento do isolamento do Brasil no cenário internacional em caso de vitória de Joe Biden na eleição para a presidência dos EUA e a necessidade de reorientações na política externa e no meio ambiente.

Vizinho de Maia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) não participou do encontro, mas tem feito alguns movimentos ao lado do deputado. Alcolumbre é candidato declarado a novo mandato à frente da Casa e partiu dele a iniciativa de acionar o Supremo para dar um veredicto sobre o imbróglio. Atualmente, a Constituição proíbe a recondução dos presidentes da Câmara e do Senado na mesma legislatura.

Na prática, Maia ainda está fazendo contas com o objetivo de averiguar a possibilidade de agregar a esquerda e “desgarrados” do Centrão para esse projeto. Se lançar mesmo a candidatura, como tudo indica, o PT e o PSDB também vão apoiá-lo para o quarto mandato consecutivo à frente da Câmara.

Em viagem a Alagoas, nesta quinta-feira, 5, Bolsonaro elogiou a “articulação política” de Lira. O deputado alagoano não o acompanhou por ter contraído coronavírus. “Mais do que fazer articulação, é uma pessoa sempre pronta, sempre alerta a trabalhar pelo seu Estado”, afirmou o presidente em referência a Lira.

Não passaram despercebidos, nos últimos dias, alguns sinais do que o grupo de Maia chama de “perseguição”. Em setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recuou em denúncia de corrupção passiva contra Lira, pedindo o arquivamento do caso. Um mês depois, em outubro, a PGR reabriu duas investigações contra Maia sobre pagamentos em caixa 2 da empreiteira OAS.

Nos bastidores, políticos observam que o embate na Câmara tem tudo para repetir a guerra em que se transformou a eleição para a cúpula do Senado, em 2019, quando Alcolumbre ganhou o comando da Casa. À época, o STF entrou no confronto, a primeira votação foi anulada depois de muita confusão e Renan, veterano ex-presidente do Senado, acabou renunciando à candidatura. Quem sobreviver verá o próximo capítulo.

Estadão 

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