Mega abstenção distorceu eleições 2020

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Foto: Antonio Augusto/ASCOM/TSE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse neste domingo, 29, que o comparecimento às urnas foi de 26,6 milhões eleitores no segundo turno, com 29,47% de abstenção – pessoas que não foram votar. O índice é o maior para esta etapa da eleição ao menos desde 1996, quando19,99% dos eleitores do País não compareceram.

“A abstenção é maior do que desejaríamos, mas é uma eleição em meio à pandemia”, disse Barroso ao comentar o índice em entrevista a jornalistas na noite deste domingo.

O ministro destacou que o TSE conseguiu “neutralizar” as tentativas de cancelamento das eleições por causa da covid-19, o que, segundo ele, teria impactos negativos para a democracia. A disputa, inicialmente marcada para outubro, foi adiada pelo Congresso na esperança de que a situação da pandemia já estivesse mais controlada.

Porém, após registrar um ritmo mais lento do avanço da doença nos últimos meses, o País passou a dar sinais de que sofre uma segunda onda da covid-19. A taxa de ocupação de UTIs supera 70% em dez capitais, de acordo com o boletim da Fiocruz.

Neste domingo o País registrou 261 mortes pela covid-19, chegando ao total de 172.848 óbitos desde o começo da pandemia.

Apesar do aumento de casos, Barroso citou que o momento foi mais propício para ir às urnas. “Conseguimos realizar as eleições em um momento em que a incidência da doença estava em menos da metade do pico”, afirmou.

A cidade de São Paulo registrou na eleição municipal deste ano o maior índice de abstenção num segundo turno desde a redemocratização. Mais de 2,7 milhões de eleitores (30,8%) não foram às urnas neste domingo. O número supera a votação de Guilherme Boulos (PSOL), que recebeu pouco mais de 2,1 milhões de votos. Reeleito, Bruno Covas (PSDB) recebeu mais de 3,1 milhões de votos. Votos nulos e brancos somaram mais de 879 mil.

O índice quebra mais um recorde de não comparecimento às urnas na capital. Em 2012, na última disputa municipal em que houve segundo turno, a abstenção registrada foi de 19,99%. Os adversários eram Fernando Haddad (PT), que foi eleito, e José Serra (PSDB). Em 2008, quando Gilberto Kassab (PSD) derrotou Marta Suplicy (então no PT) e em 2004, quando a petista foi derrotada por José Serra (PSDB), os índice foram próximos: 17,54% e 17,55%, respectivamente.

Para o cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Mackenzie, a pandemia do coronavírus é o fator que mais ajuda a explicar o índice, mas não é único. O aumento da abstenção ao longo dos anos indica a tendência de crise na democracia representativa. “A gente imaginava que teríamos uma abstenção muito grande pela pandemia. Ainda assim, é surpreendente. Mas é algo que não é de agora. É uma crise na democracia representativa, algo que paira no mundo todo.”

Ele defende que para reverter o quadro é preciso aproximar a classe política da sociedade fora do período eleitoral. “Há desconexão entre o mandato do político eleito e a dimensão da vida social. A classe política precisa se aproximar da sociedade e o cidadão precisa estar vivenciando a política. A eleição é só parte do processo político.”

Rio e Goiânia: Abstenção supera número de votos dos eleitos
No Rio, o número de abstenções foi maior até que a quantidade de votos recebida pelo vencedor Eduardo Paes (DEM). Mais de 1,7 milhão de eleitores não foram às urnas. Paes recebeu 1,6 milhão de votos. Derrotado, Marcelo Crivella (Republicanos) teve 913 mil votos.

O mesmo aconteceu em Goiânia, onde o eleito Maguito Vilela (MDB) teve 277 mil votos, cerca de 27 mil a mais que o adversário Vanderlan Cardoso (PSD), números bem abaixo dos quase 357 mil registros de abstenção na capital do Estado.

Em Porto Alegre, as 354 mil abstenções superaram a votação de Manuela D´Ávila (PCdoB), que recebeu mais de 307 mil votos. Eleito, Sebastião Melo (MDB), recebeu 370 mil votos. Em Maceió (AL), 164 mil eleitores deixaram de votar, número que supera a votação de Alfredo Gaspar (MDB), que teve 156 mil votos e foi derrotado por JHC (PSB), eleito com 222 mil votos.

Índices de abstenção no País no segundo turno:
2020: 29,47%

2016: 21,6%

2012: 19,12%

2008: 18,09%

2004: 17,3%

2000: 16,2%

1996: 19,99%

Estadão

 

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