Recusa de Trump a aceitar derrota estimulará autocratas pelo mundo

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Foto: Carlos Barria / AFP

Faz cinco dias que o presidente americano Donald Trump não reconhece a vitória eleitoral de seu adversário, o futuro presidente Joe Biden, e segue acusando fraude eleitoral. Por envolver tantos milhões de votos, seria necessária uma vasta conspiração por múltiplos estados. Se houve, nada vazou. Repórteres do New York Times entraram em contato com os governos dos 50 estados perguntando sobre indícios de fraude. De governantes democratas e republicanos ouviram que não há qualquer sinal. Os parlamentares republicanos sabem que Biden será presidente a partir de 20 de janeiro. Mas há motivos pragmáticos para que sigam fazendo o jogo de Trump. Assim como há razões de sobra para este mesmo jogo preocupar dentro e fora do país.

Que tipo de governo os EUA terão, a partir de 2021, dependerá de quem tiver maioria no Senado. E esta decisão sairá de duas eleições de segundo turno: uma em dezembro, a outra em janeiro, para as duas cadeiras às quais a Geórgia tem direito. É um estado que rachou ao meio. Donald Trump é o maior eleitor republicano. Para que seu partido vença, ele estar animado para fazer campanha por lá é fundamental. No mínimo, é importante que ele não atrapalhe porque se sentiu traído. E é por isso, essencialmente, que boa parte dos senadores e deputados se esforçam por fazer um discurso que não irrite o ainda presidente.

A ação, porém, rompe com uma tradição que remonta ao pós-Guerra de Secessão. Desde então as transições de governo são civilizadas ao máximo, mesmo quando novo e velho mandatário não se dão — caso, por exemplo, de Truman e Eisenhower ou Johnson e Nixon. Finge-se civilidade. Ao abençoar a tese infundada de que houve fraude eleitoral, as feridas provocadas pela eleição não se fecham e um naco da população vai considerar o governo ilegítimo. A própria democracia americana é atingida.

Não só. Donald Trump traça o mapa de comportamento para governantes populistas e autoritários no mundo todo. Não há chance de suas queixas de fraude eleitoral mudarem o resultado da eleição, lá. Ou de lhe permitirem um golpe de Estado. Mas seu comportamento será repetido por outros, dizendo que houve em suas terras o mesmo abuso que se repetiu na América de Trump. Noutros países as instituições podem não ser tão fortes.

O Globo

 

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