Russomanno cometeu suicídio eleitoral com Bolsonaro

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Foto: Roberto Casimiro/Fotoarena/Agência O Globo

“Nós aqui estaremos alinhados com o presidente da República, não tenham dúvidas”. Em uma transmissão ao vivo pela internet para oficializar sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, em meados de setembro, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) elogiou o presidente Jair Bolsonaro como um patriota com boas intenções, lembrou que é vice-líder do governo no Congresso e reforçou a sintonia com bandeiras bolsonaristas: “No nosso escopo estão Deus, pátria e família. É assim que vamos governar”.

Vinte dias depois da convenção do Republicanos, o presidente desembarcou em São Paulo e reuniu-se com Russomanno. “Eu não pretendia entrar nas decisões das eleições municipais, mas Celso Russomanno é amigo de velha data e estou pronto para ajudá-lo no que for preciso”, afirmou Bolsonaro, no dia 5 de outubro. Ao seu lado, Russomanno declarou que o presidente mergulharia na campanha já no primeiro turno para combater uma frente anti-Bolsonaro na cidade, composta pelo PSDB, MDB e DEM, que apoiam a reeleição do prefeito Bruno Covas (PSDB).

O mote de barrar a “frente anti-Bolsonaro” em São Paulo, articulada por Covas e pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), – provável adversário do presidente em 2022-, foi o que ajudou a convencer Russomanno a concorrer pela terceira vez à Prefeitura de São Paulo. Nem o deputado nem seu partido apostavam em uma nova candidatura nesta eleição, depois das derrotas em 2012 e 2016. Nas duas eleições, Russomanno liderou as intenções de voto durante toda a campanha, mas desidratou às vésperas do primeiro turno e terminou em terceiro lugar. O parlamentar temia repetir a pecha de “cavalo paraguaio” e seu nome foi negociado com Covas para ser vice na chapa tucana. Quando o PSDB costurou uma chapa com o MDB como vice, junto com o apoio do DEM e outras siglas do Centrão, Bolsonaro passou a buscar um nome forte em São Paulo. A solução foi convencer Russomanno, cuja pré-candidatura já havia sido lançada, a ser o nome do presidente em São Paulo.

A oferta do Planalto foi o apoio do presidente e de uma rede bolsonarista. Bolsonaro escalou auxiliares como Fábio Wajngarten (secretário-executivo do Ministério das Comunicações) e o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) para ajudarem. Wajngarten atuou inclusive no acerto com o marqueteiro Elsinho Mouco para cuidar da campanha.

Em busca de maior proximidade com o governo, o Republicanos, que filiou em março dois filhos de Bolsonaro, o vereador Carlos e o senador Flávio, ambos do Rio, prometeu também empenho na candidatura.

Russomanno colou sua imagem à do presidente, usou o nome de Bolsonaro em seu jingle e passou a exibir uma proposta de auxílio paulistano, nos moldes do auxílio emergencial, como bandeira de campanha. A amizade com o presidente, disse o candidato, ajudaria a viabilizar suas propostas. A estratégia parece ter sido um tiro no pé na cidade em que Bolsonaro registra 50% de rejeição, segundo Datafolha desta semana, e Russomanno entrou em queda assim que a campanha começou. No país, a aprovação da gestão Bolsonaro caiu na campanha – período que coincidiu com a redução do auxílio de R$ 600 para R$ 300.

De líder nas pesquisas no fim de setembro, com 29%, caiu para 20% depois do início da propaganda eleitoral, foi para 16% no início deste mês e chegou a 14% no Datafolha desta semana. Está numericamente em terceiro lugar, em uma trajetória de queda. A rejeição só subiu. De 21% no fim de setembro, chegou a 49% – maior percentual registrado pelo candidato nas três eleições.

Russomanno desidratou mais rápido do que em 2012 e 2016 e perdeu apoio dentro de seu partido. O comando do Republicanos afastou-se e destinou até agora R$ 1,2 milhão, o equivalente a apenas 1,2% dos R$ 100,6 milhões a que a sigla tem direito no Fundo Eleitoral. É o menor repasse partidário entre os principais candidatos na capital. Nas pesquisas qualitativas feitas por campanhas de adversários, além da rejeição de Bolsonaro, o candidato é visto com propostas “vazias”.

Russomanno pretende levar até o fim o vínculo com Bolsonaro: radicalizou o discurso, passou a investir em lives com bolsonaristas e tem dito que se naufragar, levará consigo o presidente. “Me atacam porque querem atacar Bolsonaro.”

Valor Econômico

 

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