Sob Bolsonaro, SUS manda pacientes morrerem em casa

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Foto: Acervo pessoal / Agência O Globo

A agonia do aposentado Marcus Aurélio Rodrigues, de 61 anos, que deixou o Hospital Federal de Bonsucesso durante o incêndio ocorrido há duas semanas, e de seus parentes, continua. Diagnosticado com câncer no intestino, ele já havia feito todos os exames preliminares para a cirurgia quando precisou sair se arrastando da unidade durante um incêndio. Após sofrer para remarcar uma consulta, o hospital marcou para quinta-feira e, depois, antecipou para esta terça-feira, sua ida à unidade para dar prosseguimento ao tratamento. Mas foi em vão: o médico que o atendeu diz que não havia nada a fazer no hospital.

— Me chamaram ontem à noite antecipando de quinta para hoje. E o médico que me atendeu lá no hospital disse que, infelizmente, eles não podem fazer nada. Disse que estão procurando na rede algum lugar para que possam me levar. Porém, me orientaram a procurar aqui no serviço público de São Gonçalo ou em outro lugar para poder tentar o tratamento. Para mim o que eles quiseram dizer é que chutaram o balde. Para mim essa é a verdade — lamentou o aposentado.

Ele voltou para casa em São Gonçalo com os filhos e disse que estava tão desiludido que precisaria de um tempo para assimilar a informação do médico.

— Primeiro vou receber essa notícia melhor em casa porque tem uma questão psicológica. Por que não me transferiram para algum dos hospitais federais no Rio? Por que eles estão cheios de pacientes. O Hospital da Lagoa, de Ipanema, do Andaraí. Simplesmente me descartaram — avaliou.

A consulta foi feita na manhã desta terça-feira e Marcos Aurélio levou todos os exames. E disse ao médico que estava com dores.

— Meus exames estão todos prontos e eu estava aguardando a cirurgia que precisava ser feita. Precisa tirar parte do intestino. Disse ao médico que estava com dor e ele me disse para qualquer coisa procurar um pronto atendimento. Fiz uma colonoscopia em outubro e apareceu um nódulo. E aí o médico particular me encaminhou para um colega no Hospital Federal de Bonsucesso. Este disse que ia fazer todos os procedimentos e me operar, mas aí o hospital pegou fogo e mudou tudo. Lavaram as mãos — voltou a lamentar.

Marcos Aurélio precisou deixar a unidade durante o incêndio 2 dias apenas após a biópsia do câncer no intestino. ele estava internado na unidade desde o dia 20 de outubro. Já no pátio externo, ainda sentindo muitas dores, Marcus conta que recebeu um documento de alta hospitalar sem ter sido examinado, e retornou para casa, em São Gonçalo, onde permaneceu sem qualquer contato do Hospital ou outra unidade pública de saúde.

— O hospital estava fazendo todos os procedimentos corretamente, mas depois que pegou fogo ninguém falou mais nada, ninguém procurou saber. Eu vim para casa sem prescrição de medicamento, sem nada, sentindo muitas dores. Estou com quase todos os exames prontos, mas se passaram vários dias e ninguém fez contato — relatou na segunda-feira.

O aposentado conta que fez uma ressonância, exame que faltava para a avaliação da cirurgia, por conta própria, em uma unidade particular. Segundo Marcus, apenas na sexta-feira (06), após a Rádio CBN contar sua história, uma consulta ambulatorial foi marcada, para esta quinta-feira (12). Que foi antecipada para está terça-feira. Ele diz que continua sentindo dores e que demanda muito cuidado por parte da família, e está preocupado com a evolução da doença durante o período que ficou em casa.

— Sou um homem que fica deitado, de fralda, debilitado psicologicamente. Tomara deus que eu consiga sair de lá dia 12 com a cirurgia marcada — conta.

O Globo 

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