Advogada de Flávio confirma que recebeu “recomendações” da Abin

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução

A estratégia de anulação do processo da rachadinha pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que consta dos dois relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelados por ÉPOCA na edição de 14 de dezembro, provocou consternação na opinião pública, deixou o Palácio do Planalto em absoluto silêncio e colocou em suspeita a credibilidade da agência como órgão de Estado e dos servidores que lá trabalham.

A despeito dessas consequências da divulgação do teor dos documentos, a defesa de Flávio Bolsonaro relatou à reportagem que jamais cogitou seguir as orientações que constavam do relatório.

Procurada por ÉPOCA no dia 9 de dezembro para comentar o conteúdo obtido pela reportagem, a advogada Luciana Pires disse, sem pedir que fosse resguardado o sigilo da fonte, que as orientações, vindas do diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, estavam fora do alcance da defesa, por envolverem ações do Executivo, como a demissão de servidores.

“Não fiz nada. Não vou fazer nada do que ele (Ramagem) está sugerindo. Vou fazer o quê? Não está no meu escopo. Tem coisa que eu não tenho controle”, disse a defensora.

Pires relatou que as suspeitas de um suposto grupo criminoso que atuava na Receita Federal, e que constam dos relatórios, não eram novidade para ela — e que havia sido justamente ela quem informara o senador e Ramagem sobre a suposta atuação desse grupo.

“Todo o material que ele (Ramagem) passou para a Abin foi eu que passei. (…) Eu mandei pronto para ele. Ele não descobriu nada. Inclusive, isso foi pauta na reunião”, disse a defensora.

A reunião citada por Pires, também revelada por ÉPOCA em outubro, foi confirmada nesta semana por Ramagem e pelo general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ao qual a Abin é subordinada.

Em resposta a uma determinação da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira 15, Ramagem admitiu que houve uma reunião com a defesa do parlamentar em agosto, mas disse que o encontro não teve desdobramentos práticos — ou seja, nenhuma deliberação daquele dia teria resultado em ação do governo.

Questionada sobre se a Abin produziu outros documentos além desses dois, a advogada negou.

“Não, não passou para mim. Se produziu, Flávio não passou para mim. Se foi produzido além desses, ele não passou.”

Segundo Luciana Pires, vieram da Abin os dois relatórios e a recomendação para que a defesa protocolasse uma petição na Receita Federal solicitando formalmente os documentos que embasassem a suspeita de que o senador foi alvo de uma devassa ilegal por servidores do Fisco.

“Nenhuma orientação do Ramagem o Flávio seguiu ou me pediu para seguir. Eu não tenho contato nenhum com o Ramagem. Ele ia ajudar em quê? Ele não tem a menor ideia do que está acontecendo lá dentro (da Receita), eu tenho mais informação do que ele. Ele sugeriu esse monte de ação que ninguém seguiu nada”, afirmou.

Época

 

O blogueiro Eduardo Guimarães foi condenado pela Justiça paulista a indenizar o governador João Doria em 20 mil reais. A causa foi um erro no título de matéria do Blog da Cidadania. O processo tramitou em duas instâncias em seis meses DURANTE A PANDEMIA, com o Judiciário parado. Clique na imagem abaixo para ler a notícia

Quem quiser apoiar Eduardo e o Blog da Cidadania pode depositar na conta abaixo.

CARLOS EDUARDO CAIRO GUIMARÃES
BANCO 290 – PAG SEGURO INTERNET SA
AGÊNCIA 0001
CONTA 07626851-5
CPF 100.123.838-99

Eduardo foi condenado por sua ideologia. A ideia é intimidar pessoas de esquerda. Inclusive você. Colabore fazendo um ato político, ajudando Eduardo com qualquer quantia.