Alcolumbre vira inimigo de Bolsonaro

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Foto: Marcos Correa/PR

Os senadores Antonio Anastasia (PSD-MG), Simone Tebet (MDB-MS) e Eduardo Braga (MDB-AM) despontam como os principais nomes na disputa pela sucessão à presidência do Senado, após o Supremo Tribunal Federal (STF) barrar a possibilidade de reeleição às presidências do Congresso Nacional, frustrando os planos do presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP). Correndo por fora, aparecem outros postulantes, como Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO).

O Valor apurou que, tão logo Alcolumbre recebeu a notícia de que o STF havia formado maioria para vetar sua candidatura, seu celular começou a tocar incessantemente. Dezenas de aliados, inclusive ministros do governo de Jair Bolsonaro, ligaram ao mesmo tempo. Vários o aconselharam a recorrer da decisão. Mas Alcolumbre já avisou a aliados que não fará isto.

Foi um choque, segundo interlocutores. O presidente do Senado e apoiadores davam como certa a liberação da candidatura. Um revés estava, nas palavras de um aliado, “absolutamente fora do radar”. Tanto que Alcolumbre estava com a cabeça totalmente voltada à disputa para a Prefeitura de Macapá (AP), na qual seu irmão, Josiel (DEM), passou para o segundo turno.

Alcolumbre então começou a argumentar aos pares que precisavam trabalhar para construir uma outra candidatura. Colocou as condições: quer um nome independente, que concorde com a pauta econômica que ele respaldou durante o ano, mas sem o carimbo do Palácio do Planalto.

O veto de Alcolumbre a um candidato chancelado pelo governo tem motivo. Em sua leitura, ao instar o Progressistas a fazer o abaixo-assinado contra a reeleição, o Planalto lavou as mãos para um movimento claramente prejudicial a ele, que sempre se colocou como uma ponte de entendimento entre o governo e o Congresso.

Nessa conta, nomes como o do líder do Progressistas, Ciro Nogueira (PI), e dos líderes do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) teriam dificuldade em obter seu apoio.

Nas conversas, a ingratidão do entorno bolsonarista com Alcolumbre foi colocada, inclusive, para lembrar o caso de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), cuja abertura de um processo no Conselho de Ética pode acontecer a qualquer momento.

Assim, um nome despontou entre os favoritos para ter o aval de Alcolumbre à sua sucessão: Antonio Anastasia, atual vice-presidente da Casa. Anastasia é filiado ao PSD, uma das maiores bancadas do Senado, e o partido era praticamente unânime no apoio ao presidente do Senado, caso ele pudesse ir à reeleição. Além disso, o senador mineiro é visto como tecnicamente preparado, favorável a uma pauta econômica mais liberal, mas não está alinhado ao governo Bolsonaro. Alcolumbre e seu grupo acreditam ter um apoio sólido na Casa, de pelo menos 55 a 60 dos 81 senadores.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) avisou a aliados que colocará seu nome à disposição para disputar a Presidência. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, Tebet é considerada uma dos parlamentares mais influentes do Congresso. Há dois anos, ela disputou a indicação do MDB para concorrer, mas foi derrotada por Renan Calheiros por 7 votos a 5. Ela ainda chegou a se colocar como “independente” na disputa, mas se retirou em favor de Davi Alcolumbre (DEM-AP), que saiu vencedor.

Líder do MDB, Eduardo Braga (MDB-AM) disse que, com Alcolumbre fora do páreo, o partido terá candidato. “Desde o início eu disse ao Davi e ao governo que o caminho seria uma PEC [para mudar a regra da reeleição] e nós apoiaríamos. Mas optaram por aguardar a posição do STF. Agora, o MDB vai se colocar, porque é o maior partido do Senado e respeitar a proporcionalidade é importante para a harmonia da Casa”. Braga ressalta que o próximo presidente do Senado terá de se comprometer em “não furar o teto de gastos e impulsionar as reformas”. “Precisamos dar sinal claro aos investidores de nossa responsabilidade com o Brasil”.

Em favor de Simone Tebet, estaria o fato de que ela é a única destes nomes do MDB que angaria votos no grupo denominado “Muda Senado”, que tem batido de frente com Alcolumbre.

O governo do presidente Bolsonaro teria a preferência por um de seus líderes para comandar o Senado. Eduardo Gomes tem se movimentado com cuidado, mas demonstra bastante interesse. Já Fernando Bezerra Coelho é mais cuidadoso, pois seu mandato de senador acaba em dois anos. Ele precisará avaliar seu futuro – se disputará a reeleição ao Senado ou tentará o governo de Pernambuco em 2022, colando sua candidatura à do presidente Bolsonaro, que buscará a recondução.

Valor Econômico

 

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