Baleia promete à oposição CPIs e defesa da vacina
Foto: Reprodução/ Paraná Portal
O deputado Baleia Rossi (MDB-SP) se reuniu ontem com os partidos de esquerda para quebrar resistências à sua candidatura à presidência da Câmara. Ele assumiu o compromisso de instalar comissões parlamentares de inquérito (CPI) quando houver assinaturas de apoio suficientes e disse que era do “baixo clero” no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), e desse modo não teria tido um papel de protagonista naquele processo. Ele é o líder da bancada na Câmara e o presidente nacional da sigla. O impeachment foi em 2016.
O PT acusa o MDB de ter liderado um “golpe” contra Dilma e preferia que o candidato fosse o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Este, porém, desistiu na quarta-feira e Baleia foi oficializado o candidato do grupo formado por DEM, PSDB, PSL, Cidadania, PV, MDB e os partidos de oposição (PT, PDT, PSB e PCdoB).
A reunião de ontem foi a primeira após oficializada a candidatura e serviu para “quebrar o gelo” e estabelecer uma carta de compromissos. Baleia prometeu dar aval a CPIs, respeitar o tamanho das bancadas na distribuição dos cargos de direção da Câmara e relatorias, ouvir a oposição ao tomar decisões e defender a democracia, o meio ambiente e a vacinação contra a covid-19.
“A reunião foi bastante boa”, disse o líder da minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP). “Fizemos pedido de CPI da Lava-Jato, obtivemos as assinaturas e o Rodrigo [Maia] não instalou. Se o Baleia se compromete a cumprir aquilo que está na lei, na Constituição e no regimento da Casa, já é um avanço”, afirmou. Os petistas se reunirão hoje para decidir se endossam Baleia ou insistem em candidato próprio, o que não tem apoio do resto da oposição.
Segundo relatos dos participantes, Baleia afirmou entender as dificuldades do PT em apoiá-lo por causa do impeachment, mas alegou que tinha acabado de assumir seu primeiro mandato como deputado e não tinha papel de destaque na Câmara. Além disso, lembrou que seu pai, Wagner Rossi, foi ministro da Agricultura nos governos Lula e Dilma e que nunca faltou com respeito ou fez falas agressivas contra a petista ou o partido.
Na carta, a posição contra as privatizações virou um compromisso com a “soberania nacional, proteger o patrimônio público e nossas riquezas naturais”. “O que a gente quer é que ele exerça a presidência da Câmara com independência”, disse o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ).
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