Covas diz que aumento de 46% ajuda SP
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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), defendeu ontem o reajuste de 46,6% de seu próprio salário, que passará de R$ 24,1 mil para R$ 35,4 mil em 2022. Segundo Covas, o aumento de mais de R$ 11,2 mil mensais em sua remuneração é “importante” para elevar o teto salarial na cidade e evitar a perda de servidores municipais.
O reajuste foi sancionado na semana passada, na véspera do Natal, e determina também o aumento da remuneração do vice-prefeito, de R$ 21,7 mil para R$ 31,9 mil, e dos secretários municipais, de R$ 19,3 mil para R$ 30,1 mil.
Em entrevista à “GloboNews” ontem, Covas evitou falar se sentia-se constrangido por aumentar seu salário em R$ 11,2 mil, em meio à pandemia, enquanto milhares de pessoas estão desempregadas. Ao tentar justificar, disse que o reajuste deve valer a partir de 2022, depois da pandemia, e que deve beneficiar também aqueles que ganham o teto – a elite do funcionalismo público. “Por que é importante fazer isso?
Porque o salário do prefeito é o teto do funcionalismo. O teto do funcionalismo está congelado desde 2013, quando tivemos o último reajuste”, disse Covas. “Durante esse período de oito anos, a inflação foi algo em torno de 60% a 100%, dependendo do valor que é considerado. O valor do salário mínimo aumentou, nesse período, 68%. O valor do salário dos professores na rede municipal aumentou 80%. O teto hoje está defasado. É um teto de R$ 24 mil.” Segundo o prefeito, funcionários de carreiras que ganham o teto, como auditores fiscais, tendem a buscar vagas no governo federal ou em outras administrações se o salário não aumentar. “Vamos perdendo esses servidores.”
No mesmo dia em que o reajuste salarial foi aprovado, o prefeito e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aliado político de Covas, cortaram a gratuidade da passagem do transporte público para idosos entre 60 e 64 anos, que valia desde 2013.
Na entrevista, Covas criticou as ações do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia e afirmou que lamenta pela partidarização e politização em torno da doença. “É um tema técnico, que deveria ser conduzido pelo governo.”
O prefeito falou ainda sobre sua luta contra um câncer, há mais de um ano. Ontem, passou pela 10ª sessão de radioterapia e afirmou deve ser submetido a outras 13 sessões até 15 de janeiro. Posteriormente, fará novos exames para que os médicos determinem qual será o tratamento.
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