Em 10 cidades abstenção foi maior que votos do vencedor

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Foto: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

O índice de abstenção no segundo turno das eleições 2020 bateu recorde de 29,47% (11.116.373 eleitores decidiram não votar), mas a curiosidade não para por aí: levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aponta que, das 57 cidades que tiveram segundo turno, em dez a abstenção foi maior que o total de votos recebidos pelo vencedor e em 23 foi maior que o segundo colocado.

Destes municípios, três foram capitais – Goiânia, Porto Velho e Rio de Janeiro –. Neste último, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM-RJ) obteve 1.629.319 votos ante 913.700 do atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Apesar de vitorioso, Paes “perdeu” para a abstenção: 1.720.154 eleitores decidiram não votar.

O mesmo ocorreu com o prefeito eleito de Goiânia, Maguito Vilela (MDB-GO), que não fez campanha por estar intubado por causa da Covid-19 desde o primeiro do turno da eleição. Ele teve 277.497 votos contra 250.036 do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), mas a quantidade de eleitores que se abstiveram foi maior: 356.949.

Goiânia, inclusive, foi o município com maior índice de abstenção, com 36,75%, seguido por Petrópolis, com 35,65%, Ribeiro Preto e Governador Valadares, com 35,61%, cada, e Rio de Janeiro, com 35,45%. Ambos acima da média nacional no segundo turno. Aliás, 27 cidades contabilizaram taxas acima de 30%.

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, destacou que, tradicionalmente, o segundo turno das eleições possui maior quantidade de abstenções do que o primeiro, creditou a deste ano à pandemia da Covid-19. Com 34.121.874 eleitores que não votaram, a taxa de abstenção foi de 23,14% no primeiro turno.

“No entanto, é um número maior do que nós desejaríamos, mas é preciso ter em conta que nós realizamos eleições em meio à uma pandemia, que já consumiu 170 mil vida, e que muitas pessoas, com o compreensível temor de comparecerem às urnas, deixaram de votar. Muitas por estaremos com a doença, muitos por estarem com sintomas e muitas por estarem com medo”, afirmou Barroso, no último domingo (29/11).

A abstenção superou a votação do candidato que ficou em segundo lugar em 23 municípios, sendo cinco capitais – Aracaju, Maceió, Porto Alegre, Rio Branco e São Paulo.

Na capital paulista, o atual prefeito Bruno Covas (PSDB-SP) obteve 3.169.121 votos. Contudo, o segundo colocado Guilherme Boulos (PSol-SP) conseguiu 2.168.109 votos, menos do que o número de abstenção: 2.769.179, o que corresponde a 30,81%.

O deputado estadual Sebastião Melo (MDB-RS) se elegeu prefeito de Porto Alegre, com 370.550 votos. A quantidade de eleitores que se abstiveram de votar (354.692, ou 32,76%) foi maior do que a votação (307.745) da segunda colocada, Manuela D’ávila (PCdoB-RS).

O professor de Ciência Política Guilherme Reis, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), destaca que a pandemia da Covid-19 é o diferencial no quesito abstenção, mas que o problema não pode ser reduzido apenas ao efeito dela.

“Uma é o desinteresse pela política, a ideia de que não faz diferença quem ganhe, que ninguém presta”, avalia Reis, destacando que isso ficou mais aparente no primeiro turno. “Outra razão, além da pandemia, é a questão de as duas opções do segundo turno desagradarem a muitos eleitores. Assim, muitos preferem, em vez de votar branco ou nulo, sequer comparecer”, acrescenta.

Reis exemplifica com o caso da capital fluminense, onde dois candidatos de direta disputaram o segundo turno, enquanto duas candidatas à esquerda, ficaram de fora. “Mesmo com o movimento pelo voto útil contra o Crivella, é mais que razoável que boa parte desses eleitores não tenha votado no Paes, que tinha inclusive liderança confortável nas pesquisas e fez uma campanha muito reacionária no segundo turno”, pontua.

Metrópoles 

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