Esquerda crê em desgaste de eleitos em 2020

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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

Os sinais dados pelas redes sociais após o segundo turno das eleições nas principais capitais do país mostram que os prefeitos eleitos não terão vida fácil, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na capital paulista, predominaram celebrações sobre a derrotada da esquerda, mas os grupos de direita organizados na rede não chancelaram a vitória de Bruno Covas (PSDB), fazendo críticas à sua gestão. O mesmo pode ser observado em relação às expectativas sobre Eduardo Paes (DEM), no Rio.

Outro fator de intensa mobilização nas redes foi o anúncio feito pelo governador João Doria (PSDB), um dia após o pleito, recuando em algumas das medidas de flexibilização diante do avanço da covid-19. Mesmo os críticos da esquerda, satisfeitos com a derrota de Guilherme Boulos (Psol), não pouparam o governador, apontando uma contradição em seu discurso.

Essas conclusões foram levantadas pelos pesquisadores da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV-Dapp), com exclusividade para o Valor.

Para o sociólogo Marco Aurélio Ruediger, diretor da FGV-Dapp, as redes refletem que “os apoios dados aos prefeitos não são um cheque em branco”. “O eleitorado focou em votar em quem tem experiência e vimos disputas difíceis, duras. Esses prefeitos vão ser cobrados, muito rapidamente, para resolver uma série de demandas e eles terão que se preocupar objetivamente com isso”, apontou.

Segundo ele, a crise brasileira é conjuntural e federativa, e a questão da saúde, do desemprego e necessidade de ajuste fiscal serão temas prementes em 2021.

Durante o processo eleitoral, a Dapp fez relatórios sobre os sentimentos manifestados nas redes, numa parceria com o Valor. As reportagens sobre os monitoramentos e artigos da Dapp foram publicados no blog “Eleição nas redes” (valor.globo.com/politica/eleicao-nas-redes/).

No segundo turno, a diretoria analisou 421,1 mil postagens e interações no Twitter sobre as eleições de São Paulo, do fechamento das urnas (17 horas de 29 novembro) até as 12h de 2 de dezembro (veja infográfico nesta página).

Um grupo expressivo no Twitter, simpatizante da candidatura de Boulos, pontuou que os partidos de esquerda, como o Psol, apesar de derrotados, se fortaleceram. O volume mais significativo de interações, no entanto, foi observado em perfis alinhados à direita, com destaque para o deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP), o comentarista Rodrigo Constantino e os influenciadores Joaquin Teixeira e Luiz Galeazzo. Os simpatizantes da direita se posicionaram como oposição a Covas.

Se Covas se elegeu a despeito do barulho das redes, Boulos permaneceu como um ator relevante nessas mídias. No total, 27% dos perfis analisados e 27,9% das interações vieram de grupos alinhados com a candidatura de Boulos. Políticos e influenciadores digitais, como Felipe Neto, Mídia Ninja, William De Lucca, Maria Bopp, Xico Sá, Marcelo Freixo e Sâmia Bomfim, além do próprio Boulos, foram os que concentraram o maior volume de interações. Além de lamentar a derrota de Boulos, esse núcleo no Twitter também se referia, paralelamente, a Manuela d’Ávila (PCdoB) em Porto Alegre.

No Rio de Janeiro, a FGV-Dapp analisou 141,7 mil postagens no Twitter. A derrota de Marcelo Crivella (Republicanos) foi intensamente celebrada. A vitória de Paes, por sua vez, foi vista com cautela. O grupo no Twitter que apresentou a manifestação mais coesa e alinhada (na cor azul, na arte), 22,5% dos perfis e 30,6% das interações, pontuou como o volume de abstenções no Rio foi significativo, superando as votações em Paes e em Crivella.

A derrota de Crivella foi interpretada como uma vitória, segundo postagens em 11,7% dos perfis, e 11,8% das interações do debate. Esse grupo, mais alinhado com a esquerda, também é reticente sobre os rumos da administração de Paes.

O monitoramento também traz observações sobre 7,6 milhões de interações no Facebook sobre as disputas em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Recife. Na plataforma, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e o deputado estadual e candidato à prefeitura de São Paulo, Arthur do Val (DEM), são os principais influenciadores. Os dois somaram mais de 220 mil interações irônicas sobre a derrota da esquerda, com imagens de Boulos e Manuela d’Ávila.

No Rio, os influenciadores ligados à esquerda ancoraram-se na narrativa de que votar em Paes seria a melhor escolha, apesar das divergências ideológicas com o ex-prefeito. Recife somou cerca de 4,3 mil posts de páginas e grupos públicos no período analisado. A mensagem mais difundida por perfis conservadores no Recife destaca o fato de o PT não governar nenhuma capital do país.

“Muito embora os políticos que concorreram tenham dito que a pauta era local, a pauta é absoluta e totalmente nacionalizada”, observa Ruediger.

Valor Econômico

 

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