Grupo de Lira apoia tudo que Bolsonaro quer

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Foto: Agência O Globo

Na Câmara dos Deputados, atualmente dividida em dois blocos para tentar eleger o próximo presidente da Casa, os partidos aliados ao candidato Arthur Lira (PP-AL) estão entre aqueles com maior adesão ao governo nas votações. Juntas, as nove siglas votaram alinhadas ao Palácio do Planalto, em média, em 90% dos casos, nos dois primeiros anos da gestão bolsonarista. É o que mostra a plataforma Radar do Congresso, criada pelo site Congresso em Foco para monitorar a atividade parlamentar.

Lira, o preferido do presidente Jair Bolsonaro na disputa, é adversário do grupo que une independentes e oposição, capitaneado pelo atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Este bloco de 11 partidos, que ainda não escolheu seu candidato, é apresentado como uma frente ampla em defesa da democracia e das liberdades individuais, marcando o antagonismo em relação às bandeiras de Bolsonaro. O grupo tem lealdade bem menor ao governo: de 57,9%.

O mapeamento é crucial no momento em que os comandantes dos dois grupos, Lira e Maia, procuram fazer articulações e negociar acordos para tentar obter o maior número de apoiadores.

Entre os campeões de adesão ao Planalto, está o Patriota, com votação alinhada ao governo em 95% dos casos, seguido por PL, PP, PSL, PSC, Republicanos e PSD. Todos esses, exceto o PSL, apoiam a candidatura de Lira. Já partidos de oposição, como PSOL, PT e PCdoB, somam as menores taxas de governismo.

A situação do PSL é diferente, porque o partido tem um grupo de deputados governistas, cerca de 15 de 53. Além disso, o rompimento entre o governo e o presidente da sigla, Luciano Bivar (PSL-PE), ocorreu no segundo semestre do ano passado. Em 2019, o PSL tinha uma adesão mais alta.

A adesão do PP e PL, partidos que hoje lideram a articulação política do governo Bolsonaro, nem sempre foi tão alta quanto agora. Levantamento da consultoria Arko Advice mostra que eles votaram com o governo apenas 61% e 64% das vezes em 2019, em 14º e 11º lugares no ranking de partidos, embora agora apareçam entre os mais fiéis.

Verbas ‘apadrinhadas’
A aproximação entre os líderes desses partidos e o governo Bolsonaro ocorreu este ano e envolveu a indicação de apadrinhados de políticos para cargos no governo, como no Departamento Nacional de Obras contra a Seca e no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e a liberação de verbas “apadrinhadas” por deputados.

O deputado José Rocha (PL-BA), que votou com o governo em 99% das vezes, aponta que o momento de inflexão da articulação de Bolsonaro foi a aprovação da Reforma da Previdência, em outubro de 2019:

— Na hora que o governo entendeu que tinha que buscar apoio dentro do Parlamento para tocar a agenda legislativa, as coisas melhoraram muito.

Para aprovar a Reforma da Previdência, o governo negociou R$ 40 milhões a cada deputado em emendas “extras”, indicações informais de repasses a municípios. Desde então, o governo fez outras sinalizações ao Congresso: trocou o impopular líder na Câmara Vitor Hugo (PSL-GO) pelo experiente Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro de Temer.

O DEM, partido dos atuais presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, também tem alto índice de governismo, de 88%, assim como o PSDB, do governador de São Paulo, João Doria, que acompanhou a orientação do Executivo federal em 82% das votações.

— Uma curiosidade é que poucos partidos se apresentam como da base do governo, mas na prática votam com o ele, inclusive o PSL e o PSDB — avalia o fundador do Congresso em Foco, Sylvio Costa.

Para Costa, apesar da alta taxa de governismo do Congresso — o índice chega a 84% no Senado e 74% na Câmara —, o governo vem abrindo mão do papel de articulador político:

— As matérias mais polêmicas tiveram negociação a cargo dos presidentes das duas Casas. Isso ficou claro na reforma da Previdência.

Por isso, alguns partidos de centro-direita do bloco de Maia, como DEM, PSDB e MDB, também são alinhados ao governo. Eles pregam independência em termos de liberação de emendas e negociação de cargos, mas convergem com a pauta, especialmente a econômica liberal.

O índice mede quantas vezes os partidos votaram sob orientação do governo. Isso não significa, porém, que o Planalto tenha acumulado vitórias em todas as votações.

O Globo

 

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