Maia tenta fechar aliança com esquerda na Câmara

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Foto: Agência Câmara 17/12/2020

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenta fechar e anunciar nesta sexta-feira a formação do bloco de partidos de centro e esquerda que apoiarão seu grupo na disputa pela sucessão no comando da Casa. Na quinta-feira, um dia após perder o apoio do Republicanos, Maia, que tem sido criticado pela demora em escolher o nome que pretende indicar para a disputa, conseguiu um avanço na disputa contra Arthur Lira (PP-AL), preferido do presidente Jair Bolsonaro no pleito. Após uma reunião de quase três horas, presidentes nacionais e líderes das bancadas de PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL formalizaram que vão vetar o apoio a qualquer candidato apoiado por Bolsonaro.

Lideranças de PDT, PSB e PCdoB tentaram ainda convencer o PT e o PSOL a integrarem o bloco liderado por Maia, que hoje conta com seis partidos e dois pré-candidatos, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP). O PT, que tem discutido o lançamento de uma candidatura de esquerda, mostrou-se aberto à ideia.

— Achamos que realmente dá para ir para esse bloco de centro. Temos divergências na área econômica, mas temos convergência na defesa da democracia e em pautas como o meio ambiente, por exemplo — disse a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

Ela, no entanto, afirmou que, uma vez dentro do bloco, a esquerda teria “o direito e a obrigação” de apresentar um nome do campo para ser avaliado junto com Ribeiro e Rossi.

— Afinal, o bloco não tem nem candidato ainda. E a esquerda, com 130 deputados, responderia por quase a metade do bloco — afirmou Gleisi.

Em contraponto à dirigente do PT, representantes do PSB, do PDT e do PCdoB tentaram convencer petistas e o PSOL a apoiarem o candidato escolhido por Maia. A defesa mais enfática desse movimento foi feita pelo deputado Alessandro Molon (RJ), líder do PSB, que argumentou que o endosso a um candidato de centro aumentaria as chances de vitória do bloco.

— Não há a menor chance de um candidato do nosso campo, de esquerda, vencer as eleições na Câmara com a atual composição do Parlamento. Não faz sentido lançar um candidato no primeiro turno torcendo para ele não ir para o segundo porque, se for, vai perder para o candidato do Bolsonaro. No campo do Bolsonaro, há unidade. Contra ele, precisa haver também — disse Molon, afirmando que há uma “corrida contra o tempo”, pois Lira tem avançado nos acordos com as legendas.

 

Após a reunião da esquerda, Maia entrou na sala sob o pretexto de discutir a votação da regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Ele foi avisado sobre o que havia sido discutido e publicou uma foto nas suas redes sociais na qual aparecem líderes da esquerda, do seu bloco e os dois candidatos de seu campo político.

Parte dos petistas se sensibilizou com o apelo de Molon, avaliando que a composição também abriria espaço para um posto de destaque para o PT na Mesa Diretora, como a primeira vice-presidência.

Apesar da expectativa de que o anúncio oficial do bloco possa ser feito hoje, Gleisi Hoffmann preferiu não cravar essa possibilidade, alegando necessidade de debate dentro do partido.

Se PT, PSB, PDT e PCdoB aderirem ao bloco, o grupo de Maia saltaria de 158 deputados para 280 e chegaria a dez partidos.

Único com candidatura já anunciada, Arthur Lira chegou anteontem a 193 parlamentares e nove partidos, após a adesão do Republicanos, que tem 31 deputados.

Apesar do tamanho dos blocos, a eleição é secreta, e os dois lados sabem que haverá dissidências — algumas delas inclusive já são públicas.

No PSB, por exemplo, dos 31 deputados do partido, pelo menos metade está alinhada à candidatura de Arthur Lira, contrariando a orientação da Executiva Nacional, que defende apoio ao candidato de Maia.

— Existe uma relação de afinidade e compromissos que o Arthur celebrou com grande parte da bancada, como espaços em comissões. Ele nos apoiou em vários momentos em pedidos de regime de urgência, projetos que o próprio governo não quis votar, e ele foi o primeiro a assinar. Sobre a eleição municipal, não sei se existiu algo condicionado, pelo menos não da minha parte, mas talvez com algum parlamentar ou outro — afirmou o deputado Felipe Carreras (PSB-SE), um dos líderes do grupo que apoia Lira.

O apoio de Lira a João Henrique Caldas, eleito pelo PSB para a prefeitura de Maceió, é um dos fatores que pesam dentro do partido. Outro prefeito eleito pelo PSB, João Campos, também apoia o nome do Progressistas.

O PSOL, por sua vez, sinalizou que só desistiria de ter um nome próprio na disputa se avaliar o risco de Lira ganhar a eleição no primeiro turno. O partido, que tem dez deputados, reforçou que só será tomada perto da eleição, que ocorrerá em fevereiro.

— Nossa posição é nenhum voto em Lira, que é bolsonarista. E ter candidatura própria de oposição. Sobre o bloco, a bancada vai debater. Recebemos a proposta e vamos nos reunir — disse a líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim (SP). (Colaborou Dimitrius Dantas)

O Globo

 

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