Negacionismo de Bolsonaro prepara 2021 de abre-fecha economia

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Foto: Kaio Lakaio/VEJA

O ex-ministro Sérgio Moro perguntou se tem presidente em Brasília. O ministro da Justiça respondeu que tem, que não tinha era ministro da Justiça antes de ele assumir o cargo.

O problema não é se tem ou não presidente em Brasília – formalmente tem. O problema é a natureza do presidente que há em Brasília, e ali permanecerá por mais dois anos.

O presidente que existe disse há três dias que não dava bola para o fato de outros países terem começado a vacinar em massa contra o coronavírus, e o Brasil ainda estar distante disso.

Há dois dias, disse que espera que a vacinação, por aqui, comece rápida. Ontem, tentou culpar os laboratórios pela falta de vacinas e isentou-se de qualquer culpa:

– Eu não errei nenhuma medida. Erro zero.

Nem de ter tratado a pandemia como uma gripezinha? Nem de ter demitido dois ministros da Saúde em meio à pandemia, desprezando a maioria dos seus conselhos?

Nem de ter posto no Ministério da Saúde um general que nada entende de Saúde? Nem de ter dito à exaustão que morreriam os que tivessem de morrer por que ele não era coveiro?

Não, Bolsonaro acha que de fato não errou em nada, a ponto de continuar defendendo a cloroquina como um remédio que imuniza as pessoas contra o vírus. Ou que as cura.

De março último para cá, o Brasil perdeu mais de 191 mil vidas e ficaram doentes mais de 7,5 milhões de pessoas. Com as frouxas medidas de isolamento, o vírus matará mais a partir de janeiro.

Bolsonaro cobrou os fabricantes de vacinas por ainda não terem feito pedido de uso emergencial ou de registro na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Argumentou que o Brasil é um “mercado consumidor enorme” e que a responsabilidade de disponibilizar a vacina é do “vendedor”, e não dele, presidente da República:

— O Brasil tem 210 milhões de habitantes. Um mercado consumidor, de qualquer coisa, enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente?

Embora quase 5 milhões de pessoas no mundo já tenham sido vacinadas, ele voltou a dizer que não está preocupado com a “pressão” e que a vacinação não pode ser feita “correndo”.

Na verdade, nem ele nem o Ministério da Saúde têm pressa em comprar vacinas e em dar início à vacinação. São eles os principais obstáculos à vacinação em massa de imediato.

Logo que a pandemia fez suas primeiras vítimas no Brasil, Bolsonaro assegurou que ela só chegaria ao fim depois que 70% ou mais dos moradores no país fossem infectados.

O mais importante seria salvar a economia. Como se vidas valessem pouco. Como se a economia pudesse escapar mais ou menos ilesa a tantas mortes. Acredita nisso até hoje.

Mais de 30 países já estão vacinando suas populações, alguns deles vizinhos do Brasil. O primeiro foi a Inglaterra, o segundo os Estados Unidos de Trump, de quem Bolsonaro se diz amigo.

Uma vez que o governo brasileiro não se apressou em comprar vacinas, por que os laboratórios se apressariam em oferecê-las se os mais ricos países já as compraram?

Bolsonaro faz parte de um seleto grupo de governantes autoritários, todos da extrema direita. Mas é o único que deixa a pandemia rolar sem restrições e sabota a vacinação.

Enquanto sua popularidade se mantiver em patamar razoável e a maioria dos brasileiros não o responsabilizar pelo que ocorre, não terá motivos para se preocupar. Está vencendo.

Veja

 

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